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Hospital Universitário de Brasília vai ficar sem UTI até o fim do ano
Embora exista a consciência de que as mudanças são para contratar servidores concursados e ampliar o hospital, a preocupação é o que será feito durante os seis meses sem os serviços. Os estudantes alegam que ainda não foram informados se concluirão a formação em unidades da rede pública do DF.
O coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (Sintfub), Antônio César de Oliveira Guedes, considera o fechamento da pediatria cirúrgica um dos casos mais graves. Para ele, a dificuldade de formar profissionais na área, atualmente, já é grande o suficiente para enfrentar mais empecilhos. “Esse fechamento é muito grave. É um local onde mais se precisa de formação acadêmica. Os pediatras estão em falta na rede de saúde. A sociedade não pode pagar por esse ato”, ressaltou Guedes. Ontem, ele tentava reunir documentos sobre os motivos da situação. “Os diretores estão viajando, não consegui. Dependendo do que verificarmos, vamos entrar com uma representação no Ministério Público”, completou.
A assessoria de imprensa do hospital, no entanto, informou, por meio de nota, que o HUB passa por uma reformulação estrutural para melhorar o atendimento dos pacientes clínicos e cirúrgicos. Na pediatria, os procedimentos cirúrgicos eletivos estão suspensos por tempo indeterminado, até que seja feita a reestruturação do local e a equipe seja totalmente composta. “Por hora, os pacientes com casos mais graves estão sendo transferidos para outros hospitais da rede de saúde do DF”, informou o texto.
Protesto
Por isso, os estudantes pretendem protestar. Na página de uma rede social, eles consideram que o HUB vive uma crise, “com prejuízo das atividades de alunos, residentes e, principalmente, do antendimento aos pacientes”. Em uma lista, os criadores do evento enumeram os principais problemas. Entre eles, está a proposta de atraso do curso de medicina; e o fechamento de todo o serviço de neonatologia, com consequente encerramento das atividades do Centro Obstétrico, da enfermaria da maternidade, do pré-natal, entre outros.
Quanto ao fechamento da UTI em junho último para reforma, o HUB informou que concluirá a obra até o fim do ano. “O espaço, que era de 609,97m², passará a ter 790m². A capacidade subirá de seis para 19 leitos. A reforma tem investimento de R$ 1,5 milhão da Ebserh”, informou a assessoria do hospital.
Na área da pediatria, desde o início de 2013, as chefias clínica e cirúrgica discutem a união dos dois setores para melhorar a assistência, dada a carência de profissionais para esse tipo de atendimento no DF. “Unidas as duas áreas, todos os profissionais do setor poderão cooperar para uma assistência mais eficaz”, completou a nota encaminhada pela assessoria.
Cinco anos de movimento
Em 2008, alunos das faculdades de Medicina e Ciências da Saúde da UnB criaram o movimento SOS HUB para pedir a reativação do pronto-socorro, fechado em abril daquele ano. Em 2011, os protestos tornaram-se frequentes não somente pelo objetivo inicial, mas pela revitalização do Hospital Universitário como um todo. Uma das marcas do movimento foi uma pichação em um tapume dizendo: “Pronto-socorro fechado há dois anos: incompetência? Incomode-se! Lute pelo hospital!”. Depois das manifestações, a diretoria foi trocada e o Centro de Pronto Atendimento (CPA) reaberto, em 21 de setembro de 2011. Desde então, a gestão da unidade de saúde foi alterada. A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) foi criada para solucionar os problemas de pessoal e de infraestrutura dos hospitais universitários federais. A Ebserh assumiu o HUB em 17 de janeiro deste ano e, desde então, investiu R$ 9 milhões em equipamentos para diversos setores da instituição