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HRW critica padrão de prisão e soltura de detentos na Venezuela

A Human Rights Watch (HRW) denunciou que a Venezuela mantém um ciclo constante de soltura e nova detenção de presos políticos, cenário que persiste um ano após as eleições presidenciais onde Nicolás Maduro foi declarado vencedor em meio a acusações de fraude.
Em 18 de julho de 2025, o governo venezuelano anunciou a libertação de 80 indivíduos, incluindo 10 americanos ou residentes permanentes nos Estados Unidos, em troca da liberação de 252 imigrantes venezuelanos retidos em uma prisão em El Salvador, em decorrência das políticas do governo de Donald Trump.
De acordo com o partido político da opositora venezuelana María Corina Machado, o Vente Venezuela, cerca de 40 críticos do governo foram detidos após essas libertações; alguns posteriormente foram liberados, conforme comunicado emitido pela HRW.
Juanita Goebertus, diretora da ONG, afirma que o governo de Maduro aplica esse ciclo de “porta giratória” há anos, detendo e liberando presos políticos de forma recorrente.
A HRW enfatiza que os Estados Unidos e a comunidade internacional devem reconhecer essa manipulação por parte do regime venezuelano, que simultaneamente liberta e prende opositores, fortalecendo seu regime autoritário.
A organização pede que a comunidade internacional atue para neutralizar o sistema de incentivos interno que recompensa autoridades abusivas e ao mesmo tempo pune, tortura e força críticos a se exilar.
Juanita Goebertus destaca que, mesmo após um ano das eleições de 2024, muitos venezuelanos continuam arriscando suas vidas e liberdades para defender a democracia.
A HRW insiste na urgência de aproveitar todas as oportunidades para avançar na causa da libertação de todos os presos políticos no país.
Além de reassumir a presidência, Nicolás Maduro controla atualmente o Parlamento, 23 dos 24 governos estaduais e a maioria das prefeituras.
O candidato da oposição que, segundo líderes e parte da comunidade internacional, venceu as eleições de 2024, Edmundo González, está exilado, enquanto María Corina Machado vive na clandestinidade.

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