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Hugo Motta rejeita anistia para responsáveis por planejamento de mortes em trama golpista
Hugo Motta, presidente da Câmara, declarou nesta quinta-feira que não existe ambiente favorável na Casa para decretar anistia a quem participou dos atos culminando no dia 8 de janeiro, sobretudo aos que estavam próximos do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de arquitetar assassinatos de autoridades. A afirmação foi feita em entrevista à Globonews.
“Conversei com diversas pessoas e não percebo clima para anistiar quem teve envolvimento em planejamento de mortes. Há, sim, inquietação sobre punições excessivas, e talvez uma proposta alternativa tenha melhor aceitação nos partidos centristas”, declarou.
Motta também criticou o motim protagonizado por parlamentares da oposição na semana passada, chamando tal ação de “obstrução inaceitável”.
“Não devemos admitir que isso se torne rotina. Temos que garantir que responsáveis sejam responsabilizados, mas sem atropelos ao regimento. É fundamental uma apuração justa e imparcial”, afirmou.
O presidente da Câmara associou o clima tenso no Congresso à conjuntura política e judicial atual do país. Referindo-se aos debates sobre anistia, foro privilegiado e prerrogativas dos parlamentares, Motta comentou que quer que a discussão prossiga, mas com cautela.
“Não podemos rejeitar pautas apenas para interromper debates. As matérias devem passar pelo colégio de líderes, que decide a pauta. O tema do foro é delicado, é preciso entender o texto e as intenções. Há insatisfação com decisões do Supremo Tribunal Federal, porém não sinto apoio majoritário”, explicou.
Motta negou envolvimento em negociações para retomar votações na Câmara após o motim.
“Como validaria acordos dos quais não participei? Não autorizei o presidente Arthur Lira a negociar em meu nome nem concordei com qualquer acordo para retomada dos trabalhos. Optei por não colocar a pauta em votação”, disse.
Sobre o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), afirmou que não existe previsão regimental para “mandato à distância” e desaprovou atitudes que, segundo ele, prejudicam o país.
“Não existem deputados mais ou menos. Registramos total discordância com ações que causam danos a pessoas e empresas e que não deveriam fazer parte do debate político.”

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