Ibaneis escolhe ex-presidente da Caixa para liderar BRB

Ibaneis Rocha, governador do Distrito Federal, nomeou Nelson de Souza, que foi presidente da Caixa Econômica Federal, para presidir o Banco de Brasília (BRB). Ele substituirá Paul Henrique Costa, que estava à frente do banco desde 2019 e foi afastado por decisão judicial, durante a Operação Compliance Zero da Polícia Federal, que levou à prisão de Daniel Vorcaro, dono do banco Master.

Na terça-feira, a equipe do governador havia comunicado que o BRB seria liderado por Celso Eloi Cavalhero, superintendente da Caixa em Brasília.

Em comunicado divulgado na quarta-feira, a assessoria do GDF ressaltou que Nelson Souza foi escolhido por seu perfil técnico.

“O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, indicou Nelson Souza para assumir a presidência do Banco de Brasília. A escolha do ex-presidente da Caixa Econômica Federal é baseada em sua ampla experiência técnica, com mais de 45 anos atuando no setor financeiro e bancário”, declarou o governo do DF.

A administração de Ibaneis explicou ainda que Nelson Souza apresentará os documentos necessários ao Banco Central e que sua nomeação ainda dependerá da aprovação da Câmara Legislativa do Distrito Federal.

Investigações sobre irregularidades

Documentos internos do Banco Central revelam que o BRB precisou realizar registros contábeis sem documentação adequada para atender às exigências do setor financeiro, após adquirir carteiras de crédito do banco Master.

A Polícia Federal está investigando possíveis irregularidades na venda do banco Master, cujo presidente, Daniel Vorcaro, foi preso recentemente, para o banco estatal do Distrito Federal.

Entre julho de 2024 e outubro de 2025, segundo as investigações, o BRB transferiu cerca de 16,7 bilhões de reais para o grupo Master.

O setor técnico do Banco Central apontou que a grande quantidade de aquisições afetou a operação do banco público.

Os bancos devem manter uma quantia mínima de capital próprio para cobrir os riscos associados aos empréstimos concedidos, medida por um índice regulatório que varia conforme o tamanho da instituição.

Os técnicos do Banco Central constataram que o índice do BRB já estava próximo ao limite mínimo devido à compra dos ativos do Master, e este índice tornou-se negativo em janeiro e fevereiro de 2025.