Economia
Ibovespa alcança marca recorde com expectativa de queda nos juros americanos

O Ibovespa iniciou a sessão desta segunda-feira (29) em alta, acompanhando a valorização dos mercados internacionais. Os investidores estão atentos à divulgação dos dados do mercado de trabalho no Brasil e nos Estados Unidos, previstos para esta semana, que podem ajustar as expectativas para a política monetária de ambos os países. Com a queda nos juros futuros e do dólar, o Índice Bovespa também é beneficiado, embora seu desempenho possa ser limitado pela baixa nos preços do minério de ferro e do petróleo.
Se o principal índice da B3 mantiver a alta, setembro pode se consolidar como o melhor mês para o Ibovespa em vários anos, impulsionado por recentes recordes. Até o momento, o índice registra uma alta de quase 4% neste penúltimo dia do mês. Recentemente, atingiu a marca inédita de 147.558,22 pontos, valorizando-se 1,45%, superando o recorde anterior registrado no dia 23, quando alcançou 147.178,47 pontos (alta de 1,43%).
O foco principal está no relatório de emprego dos Estados Unidos (payroll), que pode fortalecer as expectativas de mais dois cortes na taxa de juros norte-americana ainda em 2024, após a divulgação do índice de preços de gastos com consumo (PCE) de agosto, que veio dentro do esperado na última sexta-feira.
O PCE alinhado às previsões tem alimentado a possibilidade de reduções nas taxas de juros pelo Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA.
Luiz Roberto Monteiro, operador na mesa institucional da Renascença, destaca que “O Ibovespa sobe mesmo com a queda das commodities”, ao mencionar a retração de mais de 2% no preço do petróleo e de 1,57% no minério.
Monteiro observa também que “O sentimento otimista permanece, com aumento constante do investimento estrangeiro, motivado pelas perspectivas de cortes nos EUA. Apesar disso, o volume diário no mercado local tem sido moderado, influenciado por incertezas quanto ao início da queda da Selic”.
As atenções no Brasil estão voltadas para o Caged de agosto, com expectativa de criação de aproximadamente 182 mil vagas formais, comparado aos quase 130 mil do mês anterior. Caso confirmado, esse resultado reforçará a percepção de um mercado de trabalho aquecido, o que pode dificultar as previsões de redução da Selic ainda em 2025 pelos agentes financeiros.
No boletim Focus desta segunda, a projeção para a taxa básica de juros ao final de 2024 permanece em 15%, com queda prevista para 2025, estimada em 12,25% ao ano.
Quanto à inflação, a previsão para o IPCA de 2025 foi ligeiramente ajustada de 4,83% para 4,81%, acima do teto da meta; para 2026, mudou de 4,29% para 4,28%. Não foram reportadas alterações nas estimativas para IPCA em 2027 (3,90%) e 2028 (3,70%).
Os investidores também analisam a mudança na bandeira tarifária de energia, que passou da vermelha nível 2 para a vermelha nível 1, o que deve aliviar a pressão sobre as contas de luz. A Quantitas revisou a previsão do IPCA para outubro, de 0,29% para 0,22%, mantendo a projeção para 2025 em 4,8%, com 70% de chance de bandeira amarela em dezembro.
Por outro lado, a aceleração do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) em setembro chama a atenção, com alta de 0,42% após subida de 0,36% em agosto. O resultado superou a mediana das estimativas do Projeções Broadcast, que estava em 0,32%, com variação esperada entre 0,20% e 0,47%.
Também estão no radar do mercado declarações do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e do diretor de Política Econômica, Diogo Guillen.
Na última sexta-feira, o Ibovespa fechou com leve alta de 0,10%, aos 145.446,66 pontos, acumulando ganho de 2,85% em setembro, depois de subir 6,25% em agosto e cair 3,08% em setembro de 2024.
Por volta das 10h32 desta segunda, o Ibovespa tinha alta de 1,08%, atingindo 147.012,34 pontos, com máxima histórica de 147.558,22 pontos, superando o recorde anterior do dia 23. Dos 84 ativos do índice, oito apresentavam queda, destacando-se Braskem PN (-2,42%) e Petrobras PN (-0,74%).

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