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Economia

Ibovespa alcança nova máxima e sobe quase 1% na semana

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O Ibovespa atingiu um patamar histórico pela primeira vez, encerrando o pregão em 142 mil pontos e registrando uma máxima intradia de 143.408,64 pontos. O mercado acionário foi impulsionado pela fraca geração de empregos nos Estados Unidos em agosto, fator que aumenta as expectativas de cortes nos juros americanos pelo Federal Reserve (Fed) ainda neste mês.

Com alta de 1,17% na sexta-feira, chegando a 142.640,14 pontos, o índice acumulou um ganho semanal de 0,86%, correspondendo à valorização desde a máxima histórica do encerramento da semana anterior.

Este foi o quinto resultado positivo consecutivo para o indicador da B3. No acumulado do ano, o Ibovespa registra alta de 18,59%. O volume financeiro negociado na sexta-feira foi de R$ 21,8 bilhões.

Exceto pela Petrobras (ON -2,26%, PN -1,51%), que sofreu com a queda dos contratos futuros do petróleo antes da reunião da Opep+, a sessão foi favorável aos principais ativos da Bolsa, destacando-se os bancos. Banco do Brasil se recuperou com alta de 3,57% e diminuiu as perdas semanais para 1,12%. Bradesco subiu mais de 2% em suas ações ON e PN, enquanto Santander avançou 3,55% na Unit. Itaú PN subiu 1,11% na sessão, apesar de ceder 0,29% na semana.

Dentre as maiores altas do dia, destacaram-se Magazine Luiza (+7,17%), Ultrapar (+6,59%) e CVC (+4,23%). No lado das quedas, além da Petrobras ON, houve recuos para Brava (-3,42%) e Prio (-2,06%), também influenciados pela baixa do petróleo. A principal ação da carteira, Vale ON, subiu 0,92%.

Vale ainda atingiu o preço de fechamento mais alto desde março, ultrapassando os R$ 56, nos três pregões consecutivos de elevação, antes dos ajustes comerciais dos Estados Unidos na guerra tarifária com a China, em abril.

Christian Iarussi, economista e sócio da The Hill Capital, explica que o desempenho do Ibovespa foi sustentado por três fatores principais: o fraco relatório de empregos nos EUA, a desvalorização global do dólar e o fluxo financeiro se direcionando para mercados emergentes, o que fortaleceu o real e reduziu as taxas futuras de juros locais.

Após duas semanas de recordes, há cautela para o curto prazo. A pesquisa Termômetro Broadcast Bolsa revela aumento da expectativa de queda do Ibovespa para a próxima semana, com mais da metade dos participantes prevendo baixa, enquanto quem espera alta ou estabilidade diminuiu consideravelmente.

Bruna Centeno, advisor e economista da Blue3 Investimentos, atribui o bom desempenho à queda nas taxas da curva do DI e à desvalorização global do dólar, reforçando as expectativas de cortes de juros nos EUA na próxima reunião do Fed. O dólar comercial encerrou o dia com recuo de 0,63%, cotado a R$ 5,4124.

A economista também citou a fala do presidente do Federal Reserve de Chicago, Austan Goolsbee, que alertou sobre a possibilidade de um cenário estagflacionário nos EUA, resultado da inflação persistente e da redução na criação de empregos.

O dado de agosto mostrou geração líquida de apenas 22 mil vagas, abaixo das projeções já consideradas baixas, ampliando as expectativas por cortes nos juros americanos, como observa Gustavo Mendonça, especialista da Valor Investimentos.

Felipe Moura, gestor de portfólio e sócio da Finacap Investimentos, ressalta que, apesar das turbulências macroeconômicas e institucionais recentes, o mercado acionário se manteve resiliente, com sinais de fim da pressão vendedora e boas perspectivas vindas da temporada de resultados corporativos, que superaram expectativas em geral.

Além disso, ele aponta que o ambiente político tem mostrado sinais favoráveis ao mercado, com o fortalecimento da possível candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, à presidência em 2026, criando um sentimento positivo para o posicionamento dos investidores no próximo ano.

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