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Economia

ibovespa cai com baixa da vale e fecha em 141,6 mil pontos

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O Ibovespa permaneceu próximo da estabilidade durante todo o dia, variando pouco, com diferença de apenas 680 pontos entre o menor valor, 141.605,45 pontos no final da tarde, e o maior, 142.285,53 pontos, registrado na abertura, que foi de 141.793,84 pontos.

Ao final, o índice apresentou uma leve queda de 0,12%, terminando em 141.618,29 pontos, próximo do menor patamar do dia, com um volume de negócios moderado de R$ 18,5 bilhões, semelhante ao de segunda-feira. No acumulado do mês, o índice tem ganho de 0,14%, chegando a 17,74% no ano. Na semana, em duas sessões, houve uma queda de 0,72%.

Mais cedo, o desempenho positivo das principais ações do setor de commodities, especialmente da Petrobras (ON +1,08%, PN +0,78%), impulsionado pela valorização do petróleo, compensava os resultados mistos dos grandes bancos, que fecharam majoritariamente em baixa, assim como outros principais papéis da B3.

No entanto, as ações da Vale ON, que têm grande peso no Ibovespa, reverteram o ganho e fecharam com queda de 0,30%, puxando o índice para o campo negativo.

Entre as maiores instituições financeiras, as variações ao fim do pregão oscilaram entre -0,93% do Bradesco PN, que fechou no ponto mais baixo do dia, e +2,15% do Banco do Brasil ON. Destaques de alta no índice foram Pão de Açúcar (+7,75%), Marfrig (+4,49%) e BRF (+4,12%). Já do lado das maiores quedas ficaram Raízen (-4,44%), Braskem (-4,16%) e CVC (-3,77%).

Rodrigo Moliterno, líder de renda variável da Veedha Investimentos, comentou: “A agenda econômica estava esvaziada, fazendo com que a atenção dos investidores se voltasse para o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. A Bolsa abriu em alta, apoiada também pelo bom desempenho das commodities, com Petrobras e Vale apresentando alta durante parte do dia, enquanto outros papéis se mantiveram estáveis.”

Na Ásia, os preços do minério fecharam em alta de 2,03% para contratos de janeiro de 2026 em Dalian, cotados em yuans, o que equivale a US$ 112,89 por tonelada.

O mercado de petróleo sofreu impacto limitado das tensões no Oriente Médio. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed Al Ansari, desmentiu rumores de que o país teria sido avisado antecipadamente sobre o ataque israelense, afirmando que o contato telefônico de autoridades americanas ocorreu somente durante o ataque.

O Irã condenou fortemente o ataque ao Catar, chamando-o de ato criminoso e destacando a tentativa de assassinato de líderes palestinos.

No Brasil, a leitura do voto do relator, ministro Alexandre de Moraes, dominou o dia, fazendo com que os investidores evitassem tomar posições de risco enquanto aguardam a possível reação do governo dos EUA ao provável desfecho do julgamento na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).

Durante cinco horas, o relator afirmou que o ex-presidente Bolsonaro agiu como “líder de uma organização criminosa” responsável por planejar prisões e assassinatos de autoridades após a derrota nas eleições de 2022. Ele destacou o papel do general Mário Fernandes em discussões diretamente ligadas ao ex-presidente.

Moraes pediu a condenação de Bolsonaro e outros sete acusados no esquema golpista, ressaltando que o Brasil esteve perto de voltar a um regime autoritário de 20 anos por causa de um grupo político liderado por Bolsonaro que não soube aceitar a derrota eleitoral.

Os ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin devem votar em sessões até sexta-feira, 12.

Ian Lopes, especialista da Valor Investimentos, indicou que o mercado está focado no julgamento e nas possíveis decisões do governo Trump, que não está considerando novas sanções ao Brasil por enquanto.

Flávio Dino já sinalizou que votará por punições mais severas para Bolsonaro e para o ex-ministro Braga Netto, que teve papel central no plano golpista.

Além do julgamento, os investidores começam a voltar a atenção para as eleições de 2026. O discurso do 7 de setembro colocou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como figura de destaque na polarização política.

Marcos Vinícius Oliveira, economista e analista sênior da ZIIN Investimentos, explicou que ajustes na política fiscal poderão influenciar a trajetória dos juros, com possibilidade de Selic chegando a um dígito nas taxas longas, o que poderia aumentar a demanda por ativos de risco como ações.

Outro fator importante são as políticas monetárias das principais economias, especialmente dos EUA.

Seema Shah, estrategista-chefe da Principal Asset Management, apontou que a expectativa de cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve deve aliviar as condições financeiras e impulsionar os mercados, favorecendo avanços nos ativos de risco mesmo com valores elevados.

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