Economia
Ibovespa cai com cautela antes de semana cheia de indicadores

A queda dos índices globais de ações na manhã desta segunda-feira, 22, e o recuo do petróleo levaram a uma correção parcial no Ibovespa, mesmo com a alta no minério de ferro, que registrou valorização de 0,37% hoje em Dalian, na China. Na mesma data, o banco central da China (PBoC) manteve suas taxas de juros de referência (LPRs) estáveis pelo quarto mês consecutivo, mesmo com sinais de fragilidade econômica.
Os investidores estão cautelosos diante da intensa agenda da semana, que traz dados importantes como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) de setembro, a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e o Relatório de Política Monetária (RPM) no Brasil.
No cenário internacional, serão divulgados o Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos e o índice PCE, que é o indicador de inflação preferido pelo Federal Reserve (Fed).
Hoje, a agenda é leve, destacando-se o boletim Focus, que apontou uma redução na estimativa do IPCA suavizado para os próximos 12 meses, que passou a 4,36% (antes 4,43%), abaixo do teto da meta de 4,50%. A projeção para 2025 permaneceu em 4,83% e a de 2027, foco da política monetária, em 3,90%. A expectativa para a Selic no final de 2025 continuou em 15% ao ano.
Há também expectativa pela votação no Senado, na terça-feira, do Projeto de Lei Complementar (PLP) 168/2025, que viabiliza a medida provisória do pacote de socorro às empresas afetadas pelas tarifas dos Estados Unidos, sob regime de urgência. Na quarta-feira, está marcada a votação do Projeto de Lei Complementar (PLP) 108/2024, segunda parte da regulamentação da reforma tributária.
Para auxiliar as negociações no Congresso, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, optou por não viajar com o presidente Lula aos EUA, onde este participa da Assembleia Geral da ONU, e ficará focado na agenda doméstica. Existe a possibilidade de votação do projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais.
Outro foco de atenção é o debate sobre a PEC da Blindagem e a anistia, após manifestações contrárias às pautas ocorridas no Brasil no final de semana. Aliados do presidente Lula consideram que a adesão aos protestos pode atrasar a tramitação das propostas e continuar pressionando os condenados pela tentativa de golpe de Estado.
O Ibovespa perdeu a marca dos 145.863,86 pontos, máxima no início do dia, renovando várias mínimas antes que a agenda semanal ganhe força. Além da cautela internacional, em meio a temores de paralisação do governo americano e a queda dos índices de ações internacionais, há prudência no Brasil em relação à dívida pública, em meio a recentes discussões.
A equipe econômica avalia que a proposta do senador Renan Calheiros (MDB-AL), relatoria do senador Oriovisto Guimarães (PSDB-PR), que estabelecerá um teto de 80% para a dívida federal em relação ao PIB, apresenta problemas sérios.
Segundo Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença, “o mercado vê isso como um possível bloqueio do endividamento em 80%, o que geraria insegurança para os investidores e amarraria o governo”. Ele acrescenta que, por isso, o Ibovespa realiza parte dos ganhos recentes.
Às 10h47, o índice Bovespa registrava queda de 0,73%, aos 144.804,23 pontos, após atingir mínima de 144.457,58 pontos (-0,96%). De 84 ações, seis subiram, com destaque para Embraer, que valorizou 2,08% após anúncio de captação.
A maior queda foi da Cosan (-17,73%), após o BTG Pactual e Perfin Investimentos anunciarem aporte de R$ 10 bilhões na holding.
Na sexta-feira, o Ibovespa fechou em alta de 0,25%, aos 145.865,11 pontos, recorde, depois de atingir, no intradia, a marca inédita de 146.398,76 pontos (+0,62%). Hoje, o dólar e os juros futuros operam em alta pela manhã.

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