Economia
Ibovespa cai com incertezas fiscais e políticas, apesar da alta em NY

O Ibovespa iniciou as negociações desta quinta-feira (16) em queda, apresentando baixa em quase toda a lista teórica de 82 ações. No cenário local, persistem dúvidas fiscais e preocupações políticas, além das questões envolvendo tarifas.
Na agenda econômica, o destaque fica para o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de agosto, que subiu 0,40%, ficando abaixo da mediana projetada de 0,70%. Apesar disso, o resultado não é suficiente para iniciar debates sobre redução da Selic em dezembro. Patrick Buss, especialista em renda variável da Manchester Investimentos, comenta que o dado mostra que o aumento da Selic está impactando a atividade econômica, mas o desempenho ficou aquém do esperado.
Além disso, investidores acompanham as declarações do diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton David, e membros do Federal Reserve (Fed), diante da crescente possibilidade de mais dois cortes de juros nos EUA em 2025.
Na manhã de hoje, Nilton David afirmou, durante evento em Washington, que há um plano, mas a incerteza elevada impede previsões sobre a redução da Selic.
Ontem, o índice Bovespa fechou em alta de 0,65%, aos 142.603,66 pontos. Hoje, o petróleo sobe, enquanto o minério de ferro caiu 0,90% na bolsa de Dalian, China, impactando ações do setor de metais na B3.
Alvaro Bandeira, coordenador de Economia da Apimec Brasil, acredita que o Ibovespa pode retomar os 144.500 pontos, mas o contexto político tenso e a cautela fiscal persistem, especialmente após projeções do FMI sobre o aumento da dívida pública brasileira.
Em relação às finanças públicas, o TCU suspendeu ontem uma decisão que usava o centro da meta fiscal como base para contingenciamento. Também há incertezas quanto a como o governo compensará a revogação da MP que aumentava o IOF. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou algumas propostas ao presidente Lula, que podem vir na forma de projetos de lei.
Bruna Sene, analista da Rico, ressalta que o mercado mantém certa apreensão sobre a situação fiscal, que, somada à queda do minério de ferro, influencia negativamente o Ibovespa, que vinham em forte alta desde agosto. A decisão do TCU adiciona pressão nos ativos locais, elevando os riscos fiscais.
As atenções também se voltam para o diálogo entre Brasil e EUA sobre tarifas. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, se encontra nesta tarde com o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, em Washington.
No âmbito político, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), comunicou o cancelamento da sessão conjunta do Congresso Nacional prevista para analisar vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Lei Geral do Licenciamento Ambiental. O adiamento atende pedido da liderança do governo, após falta de consenso entre senadores.
Às 11h03, o Ibovespa apresentava queda de 0,34%, com 142.118,40 pontos, tendo oscilado para baixa máxima de 0,81% aos 141.445,76 pontos, a partir da abertura em 142.603,50 pontos. O petróleo subia 0,26%, mas ações da Petrobrás recuavam entre 0,67% e 0,82%. A Vale perdeu 0,94%, acompanhando a redução de 0,90% do minério de ferro em Dalian.

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