Economia
Ibovespa inicia semana em baixa após recorde

O Ibovespa começou a semana com uma leve queda, depois de bater recordes no fechamento da semana passada. Hoje, o índice variou entre 141.329,17 e 143.089,43 pontos, abrindo em 142.640,14.
No fechamento, o Ibovespa estava em 141.791,58, apresentando baixa de 0,59%, com volume de negociações reduzido para R$ 16,7 bilhões. No mês, o índice mostra um pequeno avanço de 0,26%, e no acumulado do ano, uma alta de 17,88%.
O foco da semana está no julgamento final do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Caso a condenação, que já está refletida nas cotações, seja confirmada, aguarda-se a possibilidade de novas sanções por parte dos Estados Unidos, governo Trump. Bancos tiveram quedas acentuadas, especialmente o Banco do Brasil, que caiu 0,95%, e o Santander, com baixa de 1,71%.
Em uma agenda econômica mais tranquila nesta semana, o destaque é o julgamento de Bolsonaro. Segundo Alison Correia, analista e cofundador da Dom Investimentos, "está praticamente certo que o julgamento será de culpa".
O principal ponto de atenção, acrescenta o analista, é a reação dos Estados Unidos diante de uma decisão considerada definitiva: se permanecerão neutros ou aplicarão novas sanções.
Além das questões políticas e econômicas, Fabio Lemos, sócio da Fatorial Investimentos, aponta o interesse do mercado no impacto do Pix parcelado para os bancos. Por sua vez, Artur Horta, sócio da GTF Capital, observa que as fintechs podem ser concorrentes mais fortes para o público desbancarizado, mas não competem diretamente com os bancos no caso do Pix parcelado.
A agência Fitch Ratings avalia que o Pix parcelado, modalidade que oferece crédito e parcelamento, pode intensificar a concorrência com cartões de crédito, transformar os setores varejista e bancário e impulsionar inovações em fintechs, estimuladas pelo avanço da digitalização dos pagamentos.
Na B3, as perdas do Ibovespa foram contenidas pela valorização de algumas ações principais, como a Vale ON (+0,25%) e Petrobras ON (+0,88%) e PN (+0,39%), beneficiadas pelo desempenho positivo do petróleo em Londres e Nova York após reunião da Opep+. Entre as maiores altas estão Raízen (+5,47%), Pão de Açúcar (+2,56%) e Cosan (+2,33%). Entre as maiores quedas estão CVC (-4,50%), BRF (-4,35%), Magazine Luiza (-3,88%) e Assaí (-3,71%).
Lilian Linhares, sócia e chefe da Rio Negro Family Office, destaca que "o Brasil está atraente com a expectativa de cortes de juros nos EUA, o que levou o Ibovespa a máximas históricas recentemente. Essa tendência deve continuar beneficiando os mercados emergentes, com o fluxo de capital favorecendo o Brasil no curto e longo prazo, dependendo do ciclo global de juros baixos".
No panorama geral, persistem incertezas nas relações entre Brasil e Estados Unidos. Na segunda-feira, o ex-embaixador Rubens Barbosa comentou que não deve haver avanços na área comercial sem um gesto político do governo brasileiro, referindo-se às tarifas impostas pelo governo Trump. Durante reunião do Conselho Superior do Agronegócio, Barbosa enfatizou que o diálogo direto entre os líderes é essencial, afirmando que "o gesto político precisa ser uma ligação do Lula ao Trump".
O diplomata ainda comentou que um acordo comercial entre EUA e China pode ser firmado em breve, o que impactaria diretamente o agronegócio brasileiro, com a soja sendo a primeira a sofrer efeitos.
Rubens Barbosa prevê que, após o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF, novas medidas serão tomadas pelos Estados Unidos contra o Brasil. "Após o julgamento, ações relacionadas ao Brasil irão emergir de Washington", afirmou.

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