Economia
Ibovespa opera em queda com desempenho de commodities; dólar sobe a R$ 5,60
Na segunda-feira (22), o dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 5,56 na venda
O Ibovespa recuava nesta terça-feira, enfraquecido pela queda de commodities como minério de ferro e petróleo, que minava o desempenho das ações de Vale e Petrobras, enquanto o noticiário corporativo doméstico destacava o resultado trimestral e previsões do Carrefour Brasil.
Por volta de 14h40, o Ibovespa cedia 0,85%, a 126.778,12 pontos. O volume financeiro somava R$ 921 milhões.
No mesmo horário, o dólar à vista subia 0,17%, a R$ 5,5872 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,2%, a R$ 5,587.
No exterior, Wall Street não mostrava uma direção clara, com agentes financeiros analisando os potenciais desdobramentos dos últimos eventos políticos nos Estados Unidos, bem como balanços corporativos, entre eles os da GM e da Coca-Cola, enquanto aguardam os números da Alphabet e da Tesla no final do dia.
Para a equipe da Ágora Investimento, os sinais divergentes entre as bolsas e as principais commodities no exterior indicam instabilidade para os ativos locais nesta sessão.
“Alternativamente, enquanto não há maior definição do ponto de vista fiscal aqui no Brasil, o início da temporada de resultados referentes ao segundo trimestre deverá contribuir para a formação de preços”, observou em nota a clientes, destacando que o Carrefour abriu a fila da safra de balanços.
Contexto Internacional
Nesta manhã, o dólar avançava sobre moedas emergentes, recuperando-se das perdas da sessão anterior, quando a desistência do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, da disputa presidencial ajudou no apetite por risco no exterior devido à queda nas apostas de vitória do candidato republicano, Donald Trump.
Biden anunciou sua decisão no domingo e declarou apoio a sua vice-presidente, Kamala Harris, como candidata do Partido Democrata.
No entanto, a divisa norte-americana se aproveitava nesta terça-feira de um cenário ruim para países exportadores de commodities. Os contratos futuros de minério de ferro caíram para o nível mais baixo em mais de três meses, à medida que aumentam as perspectivas de demanda fraca na China.
O contrato de setembro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com queda de 3,43%, a 774,5 iuanes (US$ 106,47) a tonelada, seu valor mais baixo desde 8 de abril.
A queda nos preços do petróleo também gerava impacto, com o petróleo tipo Brent em Londres recuando 0,7%, a US$ 81,81 por barril, e o petróleo em Nova York caindo 0,77%, a US$ 77,79 por barril.
Com isso, o dólar avançava sobre moedas como o peso mexicano, em alta de 0,6%, o peso chileno, com ganho de 0,6%, e o rand sul-africano, com avanço de 0,9%.
O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,12%, a 104,420.
Agentes financeiros também ajustam suas posições na espera da divulgação de dados dos Estados Unidos nesta semana, incluindo o PIB para o segundo trimestre na quinta-feira e o índice PCE — indicador preferido de inflação do Federal Reserve — na sexta.
Os mercados globais seguem com a expectativa de que o banco central dos EUA comece um ciclo de afrouxamento monetário em setembro.
No cenário nacional
O mercado ainda reage ao anúncio do governo de um congelamento de R$ 15 bilhões do Orçamento deste ano a fim de cumprir as exigências do arcabouço fiscal.
Na segunda-feira, o Executivo elevou sua projeção para o déficit primário do governo central em 2024 a R$ 28,8 bilhões, exatamente o limite inferior da margem de tolerância da meta de déficit zero.
Também repercutia entrevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para agências internacionais na véspera, onde disse que o governo fará congelamento de despesas orçamentárias sempre que necessário.
“(O presidente Luiz Inácio Lula da Silva) deu uma acalmada no mercado dizendo que quando fosse necessário haveria corte na maquina pública, o que é um bom indício”, disse Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.
No entanto, Lula afirmou que ainda não tem um nome para suceder o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, no próximo ano, o que, segundo Avallone, gera uma “apreensão” no mercado.
Na segunda-feira, o dólar à vista encerrou o dia cotado a R$ 5,5687 na venda, em baixa de 0,64%.
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