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Economia

Ibovespa recua, aproximando-se dos 143 mil pontos

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Em uma segunda-feira com poucos direcionadores para o mercado de ações, o Ibovespa voltou a se aproximar dos 143 mil pontos, depois de ter permanecido entre 145 e 146 mil pontos até o início de outubro. O índice da B3 mostra estabilidade nas últimas sessões, enfrentando dificuldades para avançar após uma sequência de máximas históricas desde o final de agosto, quando fechou aos 141,4 mil.

Neste dia, com inclinação para realização de lucros, o Ibovespa oscilou entre 143.375,67 e 144.531,61 pontos, abrindo aos 144.202,17 pontos. Ao final, apresentou queda de 0,41%, fechando aos 143.608,08 pontos, com volume moderado de negociações de R$ 16,7 bilhões. No acumulado do mês, o índice registra queda de 1,80%, mas mantém alta de 19,39% no ano. Das últimas cinco sessões, o índice avançou em apenas uma, com leve alta de 0,17% na sexta-feira passada.

O recuo do índice foi atenuado pela valorização da principal ação da carteira, Vale ON, que subiu 1,71%, chegando a avançar mais de 2% durante o dia. Entretanto, o setor financeiro, maior peso no Ibovespa, teve perdas superiores a 1% em importantes papéis, como Itaú (PN -1,15%), Bradesco (ON -0,82%, PN -0,58%), Santander (Unit -0,83%) e Banco do Brasil (ON -0,79%).

Outro destaque negativo foi a Petrobras, com queda de 0,57% na ON e 0,90% na PN, mesmo após a Opep+ decidir por um aumento menor do que se esperava na produção do petróleo para novembro.

O Ibovespa se afastou do desempenho dos índices de Nova York, como o S&P 500 e o Nasdaq, que atingiram recordes de fechamento nesta segunda-feira. Entre as maiores quedas do índice brasileiro estão Raízen (-3,96%), Natura (-3,70%) e Azzas (-2,75%). No lado positivo, além da mineradora Vale, setores metálicos como CSN (+6,46%), CSN Mineração (+3,41%) e Usiminas (+3,39%) se destacaram, apesar do feriado prolongado na China, que limita a liquidez na região.

Dante Araújo, especialista da Valor Investimentos, observa que países emergentes como Brasil e México foram beneficiados em 2023 tanto na Bolsa quanto no câmbio, devido à depreciação global do dólar provocada pelas políticas do governo Trump. Porém, agora o cenário apresenta uma fase de espera. A recente conversa entre os presidentes Trump e Lula foi um alívio para o mercado, mas o avanço nas negociações de tarifas comerciais será o verdadeiro impacto para as precificações.

Patrick Buss, operador de renda variável na Manchester Investimentos, destaca que cada sinal de trégua entre os líderes tem sido interpretado como uma notícia positiva. Trump descreveu o diálogo como ‘muito bom’, o que momentaneamente alivia o mercado. Investidores aguardam mais informações para entender se realmente haverá mudanças nas tarifas, o que poderá alterar o humor do mercado nos próximos dias.

Felipe Paletta, estrategista da EQI Research, apontou que cerca de 80% dos componentes do Ibovespa apresentarão correção, enquanto as small caps, mais sensíveis ao ciclo interno, tiveram queda superior a 1% na sessão.

Ele acrescenta que houve uma reciclagem de posições, com foco em médio e longo prazo, diante do momento propício para realização de lucros em ações, apesar do movimento de queda na curva de juros observado nesta segunda-feira.

O especialista também ressaltou o baixo volume financeiro na B3, em um início de semana que trará agenda relevante, como a divulgação do IPCA de setembro e a ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve, onde iniciou-se o ciclo de flexibilização da política monetária nos Estados Unidos.

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