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Economia

Ibovespa se recupera após três quedas, mas fecha semana em baixa

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O Ibovespa teve um movimento positivo nesta sexta-feira, após acumular três sessões negativas consecutivas que o mantiveram próximo da máxima histórica intradia de 147,5 mil pontos dos dias 29 e 30 de setembro, e de fechamento, próxima aos 146,5 mil em 24 de setembro. Esse período marcou uma escalada que levou o índice a recordes consecutivos após o pico de 29 de agosto, quando estava em torno de 141,4 mil pontos.

Na sexta-feira, o índice variou entre 143.675,62 e 144.518,29 pontos, registrando uma leve alta de 0,17% ao fechar em 144.200,65 pontos, com um volume financeiro de R$ 16,3 bilhões.

Durante a semana, o Ibovespa recuou 0,86%, após uma queda de 0,29% na semana anterior, o que representou a primeira sequência de duas semanas negativas desde julho. Em 9 de julho, foi anunciado um aumento tarifário dos Estados Unidos ao Brasil, importante contexto para o mercado.

À tarde, quando o Ibovespa alcançou seu pico no dia, subiu 0,4%, impulsionado pela notícia de que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro pode ser candidata a vice na chapa liderada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, para a Presidência em 2026, caso receba apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Apesar desse impulso momentâneo, a cautela prevaleceu na sessão da B3, contrastando com o desempenho positivo de índices americanos como o Dow Jones (+0,51%) e o S&P 500 (+0,01%), que atingiram máximas históricas recentemente. Na Europa, alguns mercados, como Londres, fecharam em patamares recordes.

O cenário externo foi marcado pela paralisação de atividades do serviço público americano devido a impasse orçamentário, que também resultou na suspensão da divulgação oficial de dados sobre o mercado de trabalho, fundamentais para as decisões do Federal Reserve sobre política monetária. O Senado dos EUA rejeitou novamente duas propostas orçamentárias durante a tarde, o que deve manter o shutdown por pelo menos mais uma semana.

Bruna Sene, analista da Rico, observa que o mercado brasileiro está em um momento de equilíbrio com algumas incertezas. Após atingir resistência em 147.500 pontos, o Ibovespa iniciou um ajuste e pode testar suportes importantes próximos aos 142 mil e 140 mil pontos.

A analista destaca que uma correção mais acentuada pode gerar oportunidades de compra, pois os resultados corporativos recentes foram, em geral, positivos, sustentando a boa percepção sobre a precificação dos ativos. Também contribui para esse cenário o ambiente externo menos tenso, com a tendência de enfraquecimento do dólar diante do corte gradual de juros nos EUA, o que pode favorecer uma Selic menor no Brasil no início de 2026.

Segundo a analista, o dia teve estabilidade relativa com uma rotação entre setores, equilibrando papéis que haviam se valorizado muito e outros que ficaram para trás. Ainda há preocupação com as contas públicas, o que gera realização de lucros, já esperada pelo mercado, e que nesta sexta apareceu em volume baixo.

Helena Veronese, economista-chefe da B.Side Investimentos, ressalta que a política fiscal expansionista dos EUA mantém a perspectiva de um dólar mais fraco frente a moedas como o real até o fim do ano. No Brasil, temas internos, especialmente com a aproximação das eleições de 2026, adicionam incertezas ao câmbio.

Diante deste contexto interno e externo, investidores têm buscado balancear oportunidades em renda variável, com expectativa de juros mais baixos, e a Selic ainda elevada em 15% ao ano, favorecendo estratégias de carry trade que atraem capital estrangeiro para a Bolsa brasileira.

No mercado, a sexta-feira foi de desempenho moderadamente negativo para os principais setores de commodities, com a Vale (ON -0,19%) e Petrobras (ON -0,75%, PN -0,26%). Entre os maiores bancos, o resultado foi misto, com Itaú (PN +0,74%) se destacando positivamente. As maiores quedas foram registradas por MBRF (-3,55%), Azzas (-2,64%) e SLC Agrícola (-2,45%), enquanto RD Saúde (+4,50%), Auren (+2,78%) e Vivara (+2,47%) foram os destaques positivos.

Christian Iarussi, economista e sócio da The Hill Capital, comenta que a fraqueza externa do dólar prevaleceu sobre o desconforto fiscal doméstico. A surpresa positiva na produção industrial brasileira também deu suporte ao real, apesar da persistente incerteza política em Brasília.

Na sexta-feira, o dólar recuou 0,05%, fechando a R$ 5,3366 frente ao real.

As expectativas para o desempenho do Ibovespa no curtíssimo prazo permanecem estáveis, com leve redução dos otimistas de 55,56% para 50%. A proporção de analistas que prevêem estabilidade ou queda subiu, ambas de 22,22% para 25%.

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