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Economia

Ibovespa sobe com otimismo externo e alívio nas projeções de inflação

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O otimismo no cenário internacional e a redução nas previsões de inflação no Brasil impulsionam o Ibovespa no início do pregão desta segunda-feira, 20. No entanto, a valorização é limitada pelas crescentes preocupações fiscais no país e pela queda dos preços das commodities.

O preço do petróleo cai cerca de 1,40% nesta manhã, devido aos temores de excesso de oferta, e o minério de ferro fechou em baixa de 0,58% em Dalian, na China, mesmo com dados que indicam crescimento em setores como o Produto Interno Bruto (PIB), varejo e indústria. Contudo, o setor imobiliário na China permanece fraco. Em meio a isso, o banco central chinês manteve suas principais taxas de juros inalteradas.

Alison Correia, analista de investimentos e cofundador da Dom Investimentos, destaca: “Temos um contexto positivo para nossos mercados no início da semana. A agenda está fraca, sem divulgação de dados relevantes hoje. O relatório Focus, divulgado hoje, mais uma vez mostrou desaceleração no IPCA.”

No cenário externo, monitora-se uma possível melhora nas relações sino-americanas, enquanto no Brasil os temores sobre as contas públicas ganham atenção. Às 15h30, o governo federal lançará o programa Reforma Casa Brasil, que oferecerá crédito facilitado e apoio técnico para reformas residenciais, totalizando R$ 40 bilhões em crédito disponível.

O relatório Focus apresentou redução nas projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Esse dado, aliado ao ambiente externo, contribui para a alta do Ibovespa e queda dos juros futuros e do dólar nesta manhã.

A mediana da inflação esperada para os próximos 12 meses caiu de 4,13% para 4,12%. A previsão para o IPCA passou de 4,72% para 4,70%, ainda acima do teto da meta que é 4,50%. As projeções para os anos seguintes apresentaram pequenas quedas: 4,28% para 4,27% em 2026, 3,90% para 3,83% em 2027 e 3,68% para 3,60% em 2028. A taxa Selic permaneceu estimada em 15% para o final de 2025, 12,25% para 2026, 10,50% para 2027 e 10% para 2028.

Ricardo Trevisan Gallo, CEO da Gravus Capital, comenta que “no Focus de hoje, houve variação pouco expressiva, com o IPCA 2025 indo a 4,70%, e a Selic sem alterações, sem expectativa de queda próxima.” Para ele, a atenção do mercado nesta semana estará nos índices de inflação do Brasil e dos Estados Unidos, a serem divulgados na sexta-feira.

Gallo observa que o IPCA-15 de outubro e o CPI de setembro nos EUA serão fundamentais para definir as políticas monetárias locais e americanas. Espera-se continuidade na desaceleração da inflação brasileira, ainda que alguns itens, como alimentos e serviços, apresentem pressão. Já o CPI americano deve acelerar, o que pode influenciar o momento das próximas decisões do Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA. Para a reunião deste mês, prevê-se quase certo um novo corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros americana.

A diminuição dos juros americanos deve fortalecer o avanço do Ibovespa. A Monte Bravo mantém a expectativa de que o índice atinja 150 mil pontos até o final de 2023 e 175 mil pontos em 12 meses. A configuração internacional atual favorece os ativos de risco globais, avalia Alexandre Mathias, estrategista-chefe da Monte Bravo.

Além dos índices de inflação, esta semana haverá divulgação de balanços internacionais de empresas como Netflix, Barclays, Alcoa e Tesla. No Brasil, a temporada de resultados do terceiro trimestre começa na quarta-feira com Weg e segue com Usiminas na sexta. Amanhã, a Vale anunciará dados de produção e vendas relativos ao período de julho a setembro. Apesar da queda do minério, as ações da mineradora subiam 0,42% às 10h27. Por outro lado, os papéis da Petrobras recuavam entre 0,20% (PN) e 0,47% (ON).

Investidores também aguardam um encontro entre os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, nas próximas semanas na Coreia do Sul. Trump mencionou a possibilidade de reduzir tarifas sobre a China, afirmando que Pequim precisa retomar a compra de soja nos volumes anteriores e mantém uma boa relação com Xi Jinping. China e Estados Unidos acordaram em iniciar uma nova rodada de negociações comerciais nesta semana.

Na sexta-feira, o Ibovespa fechou em alta de 0,84%, aos 143.398,63 pontos. Às 10h40 desta segunda-feira, o índice subia 0,31%, chegando a 143.843,79 pontos, próximo da máxima do dia, 143.973,14 pontos, e bem acima da mínima em 143.396,41 pontos. Exceto pelo Banco do Brasil (-0,33%), os papéis dos grandes bancos subiam mais de 1%.

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