Economia
Ibovespa supera 136 mil pontos com alta de 1,48%

O Ibovespa ultrapassou a marca de 136 mil pontos nesta quinta-feira, 7, subindo mais de 1% e atingindo o maior nível intradiário desde 15 de julho e o maior fechamento desde 11 de julho. O índice registrou seu quarto ganho consecutivo, uma série positiva não vista desde meados de maio. Além disso, foi observado o segundo aumento diário acima de 1% consecutivo, algo que não ocorria na B3 desde abril.
Após a confirmação do aumento de tarifas numa forma já esperada na quarta-feira, os investidores diminuíram a percepção de risco na curva de juros doméstica, favorecendo uma recuperação mais firme do Ibovespa.
Desde que atingiu seu recorde histórico de cerca de 141 mil pontos no fechamento de 4 de julho, o índice vinha em tendência de queda. No entanto, após o anúncio do tarifaço feito pelo governo dos Estados Unidos sobre importações brasileiras no dia 9 de julho, a tendência começou a se aliviar recentemente com uma ampla lista de isenções.
Com o dólar em queda no dia, fechando por volta de R$ 5,42, o Ibovespa alcançou 136.527,61 pontos, valorizando-se 1,48%, o maior ganho percentual diário desde 16 de junho, há quase dois meses.
Em uma sessão com poucos eventos que impactassem os preços, analistas destacaram que a quebra de um ponto de resistência pode abrir caminho para um canal de alta do índice. O volume financeiro na quinta-feira foi de R$ 23,9 bilhões. Na semana, o Ibovespa avançou 3,09%; no mês, 2,60%; e no ano acumula alta de 13,50%.
Felipe Moura, gestor de portfólio e sócio da Finacap Investimentos, comenta: “A Bolsa apresenta dois dias seguidos de fortes altas, mesmo com o cenário amplo ainda complexo e instável. A temporada de divulgação de resultados surpreendeu positivamente, com destaques para empresas como Eletrobrás e Suzano (+4,88%), o que ajuda a compensar as incertezas institucionais e favorece a valorização dos ativos”.
Neste contexto, as ações ON e PNB da Eletrobras fecharam com altas de 9,47% e 9,60%, respectivamente; seguidas por Smartfit (+7,80%) e Cogna (+5,32%). Por outro lado, as ações da Minerva (-5,14%), Hypera (-3,74%) e Raízen (-2,99%) tiveram quedas.
Entre as empresas de grande porte, o dia foi marcado por ganhos generalizados, com os bancos principais se destacando — o Itaú PN subiu 1,77%. Vale ON teve alta de 0,63%, enquanto Petrobras avançou 0,71% na ON e 0,56% na PN, mesmo diante da queda do petróleo na parte da tarde, que acumulou seis sessões consecutivas de baixa.
Bruna Sene, analista de renda variável da Rico, afirma: “Apesar da volatilidade ainda presente, do ponto de vista técnico, a superação dos 135 mil pontos coloca o Ibovespa em uma região promissora, com potencial para testar novamente os patamares de 137 mil e 140 mil pontos”.
Gustavo Trotta, especialista e sócio da Valor Investimentos, acrescenta: “O mercado reage positivamente à reafirmação de que o governo brasileiro não planeja retaliar os Estados Unidos”, mencionando também declarações do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que, em vídeo realizado para a Febraban, assegurou que não há estudo no ministério para quebra de patentes, reafirmando a estabilidade das relações comerciais internacionais.

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