Economia
Ibovespa tem dia instável e mantém 144 mil pontos com ajuda da Vale

Após uma queda no começo do pregão desta terça-feira, 21, o Ibovespa busca recuperação impulsionado pelas ações da Vale. A mineradora divulgou seus resultados de vendas e produção do terceiro trimestre após o fechamento da B3, gerando expectativas positivas entre os investidores. Além disso, o minério de ferro teve uma leve valorização de 0,13% em Dalian, China, em um dia com poucos indicadores econômicos relevantes no Brasil e no exterior. Nos EUA, as bolsas apresentam movimentação sem tendência clara.
“O mercado está praticamente estável, sem grandes novidades”, comenta Rodrigo Ashikawa, economista da Principal Asset Management. Ele relembra que, na semana passada, os mercados foram afetados por alertas sobre problemas financeiros em bancos regionais americanos e pela tensão comercial entre EUA e China. “Desde sexta-feira, entretanto, temos visto sinais de estabilização e a expectativa é pelo encontro dos presidentes dos EUA e da China na Coreia do Sul ainda este mês. Os resultados desse encontro são difíceis de prever, mas já houve alguns acenos positivos”, acrescenta Ashikawa.
Os investidores permanecem atentos às questões fiscais, como as dificuldades do governo para substituir a medida provisória derrubada, que tentava evitar o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que as alternativas devem ser definidas até o início da tarde.
Também há incertezas fiscais envolvendo o projeto de lei que prevê isenção do Imposto de Renda para brasileiros que ganham até R$ 5 mil, aprovado pela Câmara. O senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da proposta no Senado, declarou que o Senado poderá fazer emendas ao texto sem necessidade de retorno à Câmara, devido a permissões no regimento interno.
No foco das atenções também estão notícias corporativas, como a temporada de balanços nos Estados Unidos. No Brasil, a Petrobras, após receber licença do Ibama para explorar a Margem Equatorial, participou de um acordo para a equalização do pré-sal de Jubarte. Com a queda de cerca de 0,50% no preço do petróleo, as ações da estatal recuaram entre 0,44% e 1,49% por volta das 11h40.
A Embraer atingiu novo recorde na carteira de pedidos no terceiro trimestre, alcançando US$ 31,3 bilhões, um aumento de 38% em relação ao mesmo período do ano anterior. As ações da empresa subiam 0,72%. Já a Brava realizou ajustes na estrutura organizacional para fortalecer a governança e melhorar a integração entre áreas corporativas e de negócios, com suas ações recuando 3,45%.
Investidores acompanham possíveis avanços nas negociações comerciais entre China e EUA, assim como entre Brasil e Estados Unidos. É aguardado um encontro entre o presidente americano, Donald Trump, e o chinês, Xi Jinping, durante a cúpula da ASEAN, marcada para os dias 26 a 28 deste mês.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcará em uma viagem de quatro dias ao Sudeste Asiático para participar da mesma cúpula, acompanhado do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e mais de cem empresários. Uma reunião entre Lula e Trump pode ocorrer no domingo durante o evento.
A expectativa de progresso nas negociações comerciais foi um dos motivos para a alta do Ibovespa ontem, quando fechou com valorização de 0,77%, atingindo 144.509,32 pontos, o melhor desempenho desde o início do mês. No auge do pregão, subiu 1,27%, chegando a 145.216,08 pontos.
“Há espaço para novas altas, para ultrapassar os 145 mil pontos de forma consistente e buscar os 147 mil, puxado pela valorização do minério de ferro e do petróleo”, avalia Alvaro Bandeira, coordenador de Economia da Apimec Brasil.
Às 11h42, o Ibovespa recuava 0,07%, com 144.404,64 pontos, depois de atingir 144.795,18 pontos no pico do pregão. Teve mínima de 143.829,26 pontos, quedas de 0,47% nesta mínima. A maioria das ações dos grandes bancos apresentava queda, exceto as units do Santander, que estavam em alta de 1,28%.

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