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Centro-Oeste

Idoso em estado terminal transferido para hospital após alta da UPA

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Após a família denunciar negligência na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Sobradinho II, o paciente terminal José Silva Barros, de 80 anos, foi transferido na noite de quinta-feira (11/9) para o Hospital Cidade do Sol (Hsol), em Ceilândia.

A transferência foi realizada pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) depois que os familiares contestaram a alta médica, alegando que o idoso ainda necessita de cuidados paliativos.

Segundo o filho do paciente, o engenheiro José Ricardo Vidigal Barros, 41 anos, o pai não recebeu a assistência adequada enquanto esteve na UPA. “Ele não teve assistência nenhuma, mas agora no Hospital Cidade do Sol ele está pelo menos parcialmente assistido”, relatou.

A Defensoria Pública do Distrito Federal orientou os familiares a encaminharem denúncia ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios em função dos maus-tratos. Vidigal explicou que pretende registrar a denúncia e, se necessário, fazer um boletim de ocorrência pela Polícia Civil.

O quadro de saúde de José Silva Barros permanece irreversível, conforme diagnóstico médico, e sua família reconhece que ele está em estado terminal.

Maus-tratos relatados

José Ricardo Vidigal Barros afirmou que desde o primeiro atendimento a equipe demonstrou falta de cuidado, constatando machucados pelo corpo do pai, incluindo cortes nas costas, braços e pernas. “As veias dele já estão tão danificadas que não conseguem ser furadas, e ele apresenta feridas graves, principalmente nas costas, onde a pele está rasgada”, detalhou.

Além disso, o idoso contraiu o vírus influenza e, com uma pneumonia grave, sua condição se agravou no início do mês. Ele também é diabético e não reconhece mais os membros da família.

Dificuldades e cuidados

Vidigal ressaltou que o pai necessita de sondas gástrica e vesical, além de medicação de morfina pela veia para o alívio da dor. “É cruel o que estão fazendo. Não sei como cuidar dele em casa se não sei manipular as sondas e ele sofre constantemente”, desabafou.

Segundo ele, o fato do pai ter recebido alta duas vezes contribuiu para a piora do estado de saúde. “Acreditamos que a falta de tratamento adequado após as altas médicas fez ele piorar”, disse.

O engenheiro também comentou que, na primeira internação, foi informado que havia duas opções: intubação ou tratamento paliativo.

Ele ressaltou que diversos pacientes em situação semelhante enfrentam dificuldades na UPA, sendo muitas vezes abandonados quando consideradas irreversíveis suas condições.

Busca por melhores condições

A família busca a transferência para o Hospital de Apoio de Brasília ou outra unidade com enfermaria, mesmo que para isso seja necessário recorrer à Justiça. Vidigal está cobrando que o pai seja incluído na regulação de leitos para essa transferência.

Posicionamento do Iges-DF

O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal informou que o paciente foi atendido e tratado adequadamente dentro do quadro apresentado, tendo recebido alta médica quando o motivo da internação foi solucionado.

Quanto à denúncia de maus-tratos, o Iges-DF afirmou repudiar veementemente qualquer tipo de violência contra os usuários e reforçou o compromisso com o acolhimento humanizado e individualizado dos pacientes nas unidades de saúde.

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