Igreja luterana da Noruega se desculpa com homossexuais

A Igreja Luterana da Noruega apresentou um pedido formal de desculpas aos homossexuais nesta quinta-feira (15), reconhecendo publicamente a discriminação sofrida por essa comunidade no passado, durante uma cerimônia realizada em um bar que é símbolo da comunidade LGBTQIA+ em Oslo.

No período dos anos 1950, os líderes e bispos da igreja rotulavam os homossexuais como “um perigo social de escala global” e qualificavam seus comportamentos como “imorais e detestáveis”.

Olav Fykse Tveit, primaz da Igreja da Noruega, afirmou no London Pub, local histórico para a comunidade LGBTQIA+, que em 2022 o clero reconheceu os danos causados e o sofrimento infligido às pessoas homossexuais pela instituição.

“É correto que assumamos a responsabilidade pela Igreja e façamos este pedido de desculpas”, destacou ele, mencionando a “discriminação, o tratamento desigual e o assédio” que causaram “vergonha” e fizeram com que muitas pessoas perdessem a fé.

A Igreja norueguesa tem atualmente 3,4 milhões de membros, correspondendo a mais de 60% da população do país.

Há muito tempo, essa comunidade busca a implementação de políticas mais inclusivas e liberais. Desde 2007, a Igreja permite a ordenação de pastores homossexuais e, desde 2017, aceita uniões religiosas entre pessoas do mesmo sexo.

Para Stephen Adom, líder da Associação para a Diversidade de Gênero e Sexualidade da Noruega, o pedido de desculpas é um gesto significativo, porém tardio, considerando muitas pessoas que faleceram devido à aids, carregando dor profunda devido à crença da Igreja de que a doença era uma punição divina.

Outras igrejas protestantes em países como Inglaterra e Canadá também têm feito gestos semelhantes nos últimos anos.