Illinois tenta impedir envio da Guarda Nacional a Chicago

O estado de Illinois, governado por democratas, entrou com uma ação judicial nesta segunda-feira (6) para barrar o deslocamento das tropas da Guarda Nacional para Chicago, uma medida ordenada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A iniciativa vem após uma juíza federal no Oregon ter suspenso temporariamente o envio de soldados para Portland, uma parte da estratégia do mandatário republicano contra o crime e a imigração ilegal.

No último fim de semana, Trump autorizou o envio de 700 soldados da Guarda Nacional para Chicago, mesmo com a resistência de líderes democratas locais, incluindo o prefeito e o governador J.B. Pritzker.

Kwame Raoul, procurador-geral do estado, e os advogados de Chicago afirmaram na ação que o presidente está usando as tropas para “punir seus adversários políticos”.

Segundo eles, “o povo americano não deveria viver sob ameaça de ocupação militar simplesmente por causa de divergências políticas com a liderança local”.

Além disso, consideram que tais medidas, longe de trazer segurança, aumentam a instabilidade, provocando protestos e colocando a segurança pública em risco.

A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, defendeu o envio das tropas, descrevendo Chicago como “uma zona de guerra” em entrevista à Fox News.

O governador Pritzker rebateu, acusando os republicanos de tentarem criar uma situação de conflito para justificar o aumento da presença militar.

Uma pesquisa recente da CBS mostrou que 58% dos americanos desaprovam o uso das tropas da Guarda Nacional em cidades do país.

Trump, que mencionou a possibilidade de usar o Exército para combater distúrbios internos, não demonstrou intenções de recuar.

Em declarações no domingo, o presidente afirmou, sem apresentar provas, que “Portland está sendo destruída por incêndios, com insurgentes em toda parte”.

Após a decisão judicial em Portland, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, anunciou que o governo irá recorrer da sentença.