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Imigrantes soltos por El Salvador chegam à Venezuela após troca com os EUA

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Aviões trazendo imigrantes venezuelanos, que haviam sido enviados pelos Estados Unidos para uma prisão de segurança máxima para gangues em El Salvador, aterrissaram nesta sexta-feira (18) no aeroporto internacional de Caracas. Essa movimentação ocorreu após uma troca de prisioneiros entre os governos de Donald Trump e Nicolás Maduro.

Os 252 detentos foram transferidos em março, sem julgamento, para o temido Centro de Confinamento do Terrorismo (Cecot), pois o governo do presidente Donald Trump os apontou como membros do grupo criminoso Tren de Aragua.

Trump rotulou a quadrilha como uma “organização terrorista” e utilizou uma lei antiquada para expulsar esses imigrantes rapidamente.

“Livres, enfim livres!”, exclamou Maduro durante um evento oficial que coincidiu com a chegada do avião. O ministro do Interior, Diosdado Cabello, e outras autoridades participaram da recepção.

Terroristas por inocentes

O secretário de Estado americano, Marco Rubio, celebrou a libertação de 10 americanos e de “presos políticos” venezuelanos. Enquanto isso, Maduro destacou o “alto preço” pago na negociação e resumiu o acordo como “Terroristas por inocentes”.

A embaixada dos Estados Unidos, que atua em Caracas a partir de Bogotá, divulgou uma foto dos libertados segurando bandeiras americanas. A identidade desses libertados e dos venezuelanos envolvidos não está clara.

Mercedes Yamarte, mãe de um dos detidos no Cecot, expressou sua felicidade à AFP: “Estou muito feliz, a felicidade não cabe no meu peito”. Ela contou que preparou a recepção para seu filho, incluindo uma sopa.

Hoje chegaram à Venezuela 251 imigrantes deportados de Houston, entre eles sete crianças que haviam sido separadas de seus pais.

Malditos!

A luta contra a migração ilegal é uma das prioridades do governo Trump, que intensificou batidas policiais e deportações.

Os venezuelanos retidos em El Salvador não tinham direito a ligações ou visitas, e seus familiares chegaram a pedir provas de vida.

O presidente salvadorenho, Nayib Bukele, afirmou que muitos desses imigrantes faziam parte do Tren de Aragua e enfrentam acusações graves, como assassinato, roubo e estupro.

Ele divulgou um vídeo mostrando os venezuelanos algemados e vestidos com roupas civis ao embarcarem no avião. Um deles exclamou “Malditos!” olhando para a câmera.

A última vez que se teve notícias deles foi em março, quando foram divulgadas imagens dos detidos raspados, acorrentados e ajoelhados no Cecot.

Bukele construiu esta prisão como parte de sua ofensiva contra as gangues. Ele recebeu seis milhões de dólares dos Estados Unidos para as celas destinadas a esses imigrantes venezuelanos, cuja identidade nunca foi divulgada.

Investigação

Voos trazendo imigrantes chegam frequentemente à Venezuela em decorrência dos acordos que Maduro negociou com Trump. Contudo, o envio dessas pessoas para El Salvador causou tensão nas negociações.

A ONG Cristosal destacou que a libertação dos presos não apaga a gravidade das violações dos direitos humanos ocorridas e pediu uma apuração rigorosa.

O governo venezuelano também retornou cidadãos retidos no México que não conseguiram entrar nos Estados Unidos.

Entre fevereiro e esta sexta-feira, cerca de 8.300 imigrantes voltaram à Venezuela em 45 voos, incluindo aproximadamente mil crianças.

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