Mundo
Incêndio em Hong Kong: alarmes falharam; 89 corpos não identificados
Bombeiros de Hong Kong realizaram buscas intensas nesta sexta-feira, 28, encontrando dezenas de corpos apartamento por apartamento no complexo residencial atingido por um incêndio devastador que consumiu sete edifícios. As autoridades também prenderam oito pessoas envolvidas nas reformas das torres. O número de mortos chegou a 128, e muitas pessoas continuam desaparecidas.
O diretor do Corpo de Bombeiros de Hong Kong, Andy Yeung, revelou que alguns alarmes de incêndio no complexo, que abrigava muitos idosos, não funcionaram durante os testes, embora não tenha especificado quantos estavam inoperantes.
Este foi o incêndio mais mortal em Hong Kong em décadas, superando os 41 mortos em um incêndio comercial em Kowloon em 1996, e ficando atrás apenas do incêndio em um armazém em 1948 que causou 176 mortes, conforme dados do South China Morning Post.
O fogo se propagou rapidamente entre os prédios devido à inflamabilidade dos painéis de espuma e aos andaimes de bambu cobertos por redes, instalados aparentemente por uma construtora.
Além das prisões recentes, que incluem subempreiteiros, diretores de consultoria de engenharia e gerentes de projeto ligados à reforma, as buscas priorizaram os apartamentos de onde foram recebidas chamadas de emergência, embora o acesso tenha sido impedido pelas chamas descontroladas, segundo Derek Armstrong Chan, vice-diretor dos bombeiros.
O incêndio durou cerca de 40 horas para ser totalmente controlado, só extinguindo-se na manhã de sexta-feira. Mesmo após dois dias do início do incêndio, a fumaça continuava a sair das estruturas devido a focos isolados.
Cerca de 200 pessoas permanecem desaparecidas, incluindo 89 corpos ainda não identificados. As autoridades alertam para a possibilidade de encontrarem mais vítimas, apesar das buscas por sobreviventes terem sido concluídas.
Mais de 2.300 bombeiros e paramédicos atuaram na operação, com 79 feridos, incluindo 12 bombeiros e um falecido, conforme confirmado por Yeung.
Katy Lo, de 70 anos, moradora do complexo, relatou o impacto do desastre: “Essa é a minha casa… Eu ainda não consigo acreditar no que aconteceu. Tudo isso ainda parece um pesadelo.”
Entre os mortos estão dois trabalhadores migrantes da Indonésia e 11 outros continuam desaparecidos, informou o Ministério das Relações Exteriores da Indonésia. O governo determinou luto oficial com bandeiras a meio mastro e o chefe do Executivo, John Lee, liderará um minuto de silêncio.
O complexo, construído na década de 1980 e em reforma, possuía cerca de 2 mil apartamentos e 4.800 moradores. Investigações indicam que painéis de espuma altamente inflamáveis instalados nas janelas foram a principal causa da propagação rápida do fogo.
Três homens ligados à construtora foram presos sob suspeita de homicídio culposo e negligência grave, e documentação relevante foi apreendida. A polícia identificou que os painéis plásticos inflamáveis estavam presentes até na torre que não foi atingida.
O fogo iniciou-se em andaimes e se intensificou devido à combustão dos painéis de espuma, estilhaçando vidros e facilitando a rápida propagação das chamas para os espaços internos, conforme explicou Chris Tang, secretário de segurança.
As autoridades suspeitam que os materiais usados nas paredes externas não atendiam aos padrões de resistência contra incêndios, o que permitiu a propagação incomum do fogo.
Inspeções em outros complexos residenciais em reforma estão sendo planejadas para garantir que andaimes e materiais estejam dentro das normas de segurança.
Com informações da Associated Press. Este conteúdo foi revisado pela equipe editorial do Estadão e traduzido com o auxílio de ferramentas de Inteligência Artificial.


Você precisa estar logado para postar um comentário Login