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Incêndio grave em Hong Kong deixa 128 mortos

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O número de mortos no incêndio mais grave em várias décadas em Hong Kong aumentou para 128, segundo as autoridades, que ressaltaram que os alarmes de incêndio nos arranha-céus residenciais atingidos não funcionaram corretamente.

Familiares de mais de 100 desaparecidos visitam hospitais e locais de identificação de vítimas na esperança de encontrar seus entes queridos. Até o momento, 89 corpos ainda aguardam identificação.

O fogo começou na tarde de quarta-feira (26) nos andaimes de bambu instalados nas torres em reforma do conjunto residencial Wang Fuk Court, que conta com mais de 1.800 apartamentos, localizado no distrito de Tai Po, ao norte do território.

Após mais de 40 horas de combate, o incêndio foi quase completamente controlado na manhã de sexta-feira, anunciou o departamento de bombeiros, que também informou o encerramento das buscas por sobreviventes.

Chris Tang, secretário de Segurança da cidade, disse em entrevista que apenas 39 corpos foram identificados até agora, e que 79 pessoas ficaram feridas.

A investigação sobre as causas da tragédia está em andamento, com atenção especial para os andaimes inflamáveis de bambu e as redes plásticas que costumam envolver edifícios em reforma.

Andy Yeung, chefe dos bombeiros, revelou que os alarmes de incêndio não funcionavam adequadamente e declarou que medidas rigorosas serão tomadas contra os responsáveis.

Moradores afirmaram que não ouviram sirenes e tiveram que alertar os vizinhos de porta em porta sobre o perigo.

Chris Tang acrescentou que a investigação pode levar três a quatro semanas para ser concluída.

Na manhã de sexta-feira, equipes de emergência removiam corpos dos escombros, levando-os para um necrotério próximo, onde as famílias deveriam reconhecer as vítimas.

Uma mulher de 38 anos, que se identificou como Wong, procurava sua cunhada e a irmã gêmea desta em um hospital, sem sucesso, emocionada com a situação.

Este incêndio é o mais mortal registrado em Hong Kong desde 1948, quando uma explosão seguida de fogo causou pelo menos 135 mortes.

Embora incêndios graves tenham sido comuns em áreas densamente povoadas e mais pobres da cidade, medidas de segurança adotadas ao longo dos anos reduziram esses incidentes.

A agência anticorrupção iniciou uma investigação sobre as reformas no complexo afetado, e a polícia prendeu três homens suspeitos de negligência por deixarem materiais inflamáveis no local.

Desde julho de 2024, o Departamento de Trabalho realizou 16 inspeções nas obras do Wang Fuk Court, emitindo advertências.

O governo decretou uma fiscalização urgente em todas as residências com obras significativas e avalia a substituição dos andaimes de bambu pelos de metal.

Um fundo de US$ 38,5 milhões (aproximadamente R$ 206 milhões) será criado para ajudar as vítimas. Além disso, as atividades relacionadas às eleições legislativas de 7 de dezembro em Hong Kong foram suspensas.

Multidões comovidas pela tragédia se reuniram perto do complexo para organizar ajuda às vítimas, instalando pontos de distribuição de roupas, alimentos e utensílios domésticos, além de oferecer atendimento médico e psicológico.

A generosidade das doações foi tão grande que os organizadores pediram que novas doações fossem interrompidas temporariamente.

Stone Ngai, de 38 anos, um dos responsáveis por um desses pontos, destacou que o apoio mútuo entre os moradores é muito tocante, pois sempre que alguém enfrenta dificuldades, a comunidade se une para ajudar.

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