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Incêndios florestais pioram a qualidade do ar longe do fogo, alerta ONU

Os incêndios florestais liberam uma mistura perigosa de poluentes que pode afetar a qualidade do ar a grandes distâncias, chegando a milhares de quilômetros, conforme comunicado na sexta-feira (5) pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), que identificou uma anomalia significativa na Amazônia em 2024.
A agência da ONU destacou que a qualidade do ar está fortemente ligada às mudanças climáticas, e que essas questões devem ser enfrentadas de forma conjunta.
Os incêndios em regiões como Amazônia, Canadá e Sibéria ofereceram dados sobre como a poluição do ar pode se propagar em grande escala, conforme divulgado pela OMM em seu quinto relatório anual sobre qualidade do ar e clima.
Ko Barrett, secretária-geral adjunta da OMM, afirmou: “As mudanças climáticas e a poluição atmosférica ultrapassam fronteiras nacionais, como mostrado pelo calor intenso e a seca que alimentam os incêndios e prejudicam a qualidade do ar para milhões de pessoas.”
Ao analisar a relação entre qualidade do ar e clima, a OMM ressaltou o papel das partículas microscópicas chamadas aerossóis nos incêndios, na neblina de inverno, nas emissões do transporte marítimo e na poluição urbana.
Partículas com menos de 2,5 micrômetros de diâmetro (PM 2,5) são destacadas por seu potencial nocivo, pois podem penetrar fundo nos pulmões e no sistema cardiovascular.
Embora os incêndios de 2024 tenham elevado os níveis de PM 2,5 no Canadá, Sibéria e África Central, o maior aumento foi registrado na região amazônica, segundo a OMM.
A OMM explicou que a maior anomalia ocorreu na bacia amazônica, devido aos incêndios sem precedentes na região oeste e à seca que afetou o norte da América do Sul.
Em coletiva, Lorenzo Labrador, cientista da OMM, ressaltou que “a temporada de incêndios está se tornando mais intensa e longa a cada ano por causa das mudanças climáticas”.
Além disso, ele mencionou que incêndios em um continente provocaram poeira e poluição em outro, como ocorreu entre Canadá e Europa nos últimos anos. “Isso indica que a qualidade do ar pode piorar globalmente quando as condições climáticas favorecem esses eventos”, destacou.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a poluição do ar causa mais de 4,5 milhões de mortes prematuras anualmente no mundo e traz graves impactos ambientais e econômicos.

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