Conecte Conosco

Notícias Recentes

Indicação de Tarcísio ao TCE propõe grupo especial para revisar urnas

Publicado

em

São Paulo — A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) vai entrevistar, na manhã desta terça-feira (2/9), o atual controlador-geral do Estado (CGE), Wagner Rosário (foto em destaque), indicado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para a vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Espera-se que o nome de Rosário seja aprovado com facilidade pela base de Tarcísio na Alesp — são necessários pelo menos 48 votos entre os 94 deputados. Ele deverá substituir o conselheiro Antônio Roque Citadini, que se aposentou antecipadamente no mês passado para disputar a presidência do Corinthians — mas foi derrotado.

Rosário lidera a CGE desde o início do governo Tarcísio, de quem é amigo, e foi chefe da Controladoria-Geral da União (CGU) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). Em julho de 2022, ele participou de uma reunião com conotações golpistas organizada pelo ex-presidente, onde interveio durante discussões sobre como monitorar as urnas eletrônicas para a eleição presidencial.

A gravação, localizada em um computador apreendido na casa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-chefe da ajudância de ordem de Bolsonaro que firmou acordo de delação premiada, foi mencionada em documentos da operação da Polícia Federal (PF) que cumpriu mandados relacionados à suspeita de tentativa de golpe de Estado em fevereiro de 2024.

Rosário propôs grupo especial para revisar urnas

Wagner Rosário pediu a palavra na reunião logo após o então advogado-geral da União, Bruno Bianco, para comentar sobre uma fiscalização que a CGU havia realizado nas urnas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

“Recebi o último relatório de fiscalização da CGU e não tive coragem de enviar. O relatório estava péssimo, cheio de problemas. Não dizia nada conclusivo”, afirmou Rosário.

Ele alegou que a suposta falta de informações no relatório decorreu da pouca atenção dos técnicos da CGU às urnas eletrônicas. “A construção do equipamento dificulta uma fiscalização adequada”, disse o atual CGE de Tarcísio.

Dessa forma, destacou Rosário, seria necessário formar um grupo especial envolvendo CGU, Polícia Federal e Forças Armadas para auditar conjuntamente as urnas.

“Creio que a união da Polícia Federal, Forças Armadas e CGU precisa ser feita com urgência. É importante juntarmos as equipes e chegarmos a um acordo”, declarou. “Assim, não será apenas a fala das Forças Armadas, mas sim de três instituições”, complementou. “Precisamos nos preparar para atuar em conjunto nessa tarefa”.

Após defender o respaldo à fiscalização das Forças Armadas, Rosário demonstrou preocupação com a gravação da reunião. “Esta reunião está sendo gravada?”, perguntou.

Apesar de estar, Bolsonaro e o então ministro da Defesa, Walter Braga Netto, negaram. “Eu mandei gravar minha fala”, revelou o ex-presidente.

Com a resposta negativa, Rosário prosseguiu e lembrou que o Tribunal de Contas da União (TCU) já havia divulgado relatório confirmando a segurança das urnas eletrônicas.

Bolsonaro interveio a seguir e interrompeu Rosário. Em seguida, levantou suspeitas sobre o ministro Bruno Dantas, do TCU, responsável pelo relatório. “Acho que não tem ingênuo aqui”. Ao final, Bolsonaro elogiou a ideia de grupo especial apresentada por Rosário.

De acordo com o governo Tarcísio, “todos os comentários feitos pelo então controlador-geral da União, Wagner Rosário, durante a reunião tinham o propósito de assegurar que as eleições acontecessem normalmente, com fiscalização que garantisse total segurança, transparência e confiabilidade ao processo eleitoral”. O governo ressalta que “qualquer interpretação diferente do ocorrido não passa de suposição”.

Clique aqui para comentar

Você precisa estar logado para postar um comentário Login

Deixe um Comentário

Copyright © 2024 - Todos os Direitos Reservados