Um grupo de indígenas acampou em frente ao prédio do Ministério da Justiça, em Brasília, nesta quarta-feira (30). O grupo protesta contra a redução de 512 hectares para 3 hectares de uma reserva indígena no Pico do Jaraguá, na zona Norte de São Paulo. Os manifestantes e a PM estimam cerca de 40 pessoas.
Para o protesto, os índios levaram suprimentos para permanecer no local e instrumentos como arco e flecha. Eles também estenderam faixas em frente ao prédio e cantaram músicas tradicionais. Até as 8h30 da manhã, a manifestação seguia pacífica. .
No último dia 21, o Ministério da Justiça revogou uma portaria de 2015, que garantia mais de 500 hectares de terra aos guaranis. Para justificar, a pasta alegou “erro administrativo no procedimento inicial”.
O novo texto diz que a terra indígena Jaraguá tem a extensão de aproximadamente 3 hectares. Lideranças indígenas dizem que, na verdade, o território passa a ter 1,7 hectare.
Lideranças indígenas pedem uma audiência com o ministro da Justiça. Ao serem informados por um representante da Fundação Nacional do Índio (Funai) que o ministro está em viagem, eles decidiram acampar até esta quinta (31).
Uma das lideranças do povo do Jaraguá, Karai Popygua disse ao que a anulação da portaria envolve interesses políticos e pode abrir outros precedentes.
“A anulação dessa portaria representa uma ameaça tão grande que eles podem querer revogar outras demarcações que já foram feitas, homologações que foram feitas há anos. É uma perda muito grande e o Executivo tem se valido desse dispositivo para tirar nosso direito.”
A terra indígena Guaranis tem quase 700 pessoas, sendo que mais de 400 são crianças. Elas aprendem o guarani antes do português. A maioria das casas é feita de chapas de madeira e chão de barro.
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