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Economia

Indústria brasileira exporta US$ 16 bilhões para os EUA; tarifaço pode prejudicar setor

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Se o aumento de 50% nas tarifas, anunciado pelo presidente Donald Trump, começar a valer em 1º de agosto, não será apenas o agronegócio que enfrentará dificuldades em um dos seus principais mercados. A indústria também sentirá o impacto.

De acordo com dados do Monitor do Comércio Brasil-EUA, da Amcham, as exportações industriais brasileiras para os Estados Unidos atingiram um recorde, chegando a US$ 16 bilhões no primeiro semestre, um crescimento de 8,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Com esse resultado, os EUA se tornaram ainda mais importantes como destino das exportações da indústria nacional, representando 12,4% do total. O mercado americano comprou mais produtos industriais do Brasil neste ano do que os parceiros do Mercosul (US$ 11,5 bilhões), a União Europeia (US$ 10,8 bilhões, com quem o Brasil planeja assinar um acordo comercial) e até mesmo a China (US$ 9,7 bilhões no primeiro semestre).

Segundo a Amcham, “O recente anúncio de tarifas de 50% para o Brasil a partir de 1º de agosto pode tornar inviável uma grande parte das exportações brasileiras para os EUA. A entidade defende esforços diplomáticos para uma solução negociada no curto prazo.”

Aeronaves e derivados

Dentre os principais produtos industriais exportados para os EUA estão aeronaves, da fabricante brasileira Embraer, com vendas de US$ 1 bilhão; produtos semi-acabados de ferro ou aço, totalizando US$ 1,9 bilhão; e óleos combustíveis, com US$ 830 milhões. Analistas indicam que a Embraer será uma das empresas mais impactadas pelo aumento tarifário.

Apesar do crescimento das exportações para os EUA, o setor industrial brasileiro mantém um déficit no comércio bilateral, totalizando US$ 3,7 bilhões, um aumento de 55,6% em comparação ao primeiro semestre de 2024.

A indústria aumentou sua representatividade nas exportações para os EUA, de 76,6% para 79,8% no primeiro semestre de 2025, impulsionada principalmente por produtos da agroindústria.

Déficit comercial do Brasil com os EUA

O comércio bilateral total, envolvendo todos os setores, atingiu US$ 41,7 bilhões neste ano, um crescimento de 7,7% em relação a 2024. Esse é o segundo maior valor da série histórica, mantendo os EUA como o segundo maior parceiro comercial do Brasil em bens.

As exportações brasileiras para os EUA somaram US$ 20 bilhões no período, um avanço de 4,4% na comparação anual. Por outro lado, as importações brasileiras pelos americanos alcançaram US$ 21,7 bilhões, um crescimento de 11,5%. Assim, o Brasil registrou um déficit comercial de US$ 1,7 bilhão com os Estados Unidos no primeiro semestre.

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