Indústria química contesta impacto das embalagens no preço dos alimentos

A Associação Brasileira da Indústria de Química (Abiquim), contesta o impacto das embalagens sobre os preços dos alimentos.

André Passos Cordeiro, presidente da entidade, disse à CNN que a elevação das alíquotas de resinas plásticas em outubro do ano passado não provocou efeito inflacionário nos produtos alimentícios.

“A medida de elevação da tarifa das resinas foi em outubro passado, quando ela saiu de 12% para 20%. Ela sempre ficou na casa dos 14%. Mesmo assim, fazendo as contas, se fizesse efeito, veríamos a alta nos índices de produtor. Estamos acompanhando mês a mês e não teve efeito considerável”, disse ao blog.

A Abiquim contesta posição da Associação da Indústria de Plásticos (Abiplast) que alertou para efeito da alta da produção das embalagens nos preços dos alimentos.

Segundo a Abiplast, o plástico está presente em praticamente todos os setores da economia e a elevação da tarifa de importação das resinas impôs aumento de custo na produção das embalagens dos alimentos.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), o setor químico pediu que 65 insumos fossem taxados no ano passado. Mas o governo verificou a necessidade de elevar alíquotas de somente 29 produtos, dos quais somente dois se referem às resinas plásticas.

O Midic explicou ainda ao blog que, antes de decidir pela elevação das alíquotas, foram feitos estudos, e o resultado foi de 1% de aumento no preço do plástico e de somente 0,03% no preço do produto final no caso dos alimentos.

E como a medida passou a valer apenas em outubro, o impacto seria ainda menos preocupante.

Segundo o presidente da Abiquim, as variações dos índices de preços plásticos ainda não apontam nenhuma influência na inflação de alimentos.

“É precipitado que antecipar que tem algum impacto inflacionário. Não há números que corroboram isso”, disse André Passos Cordeiro.