Indústria recua 0,4% em setembro, indicando desaceleração

A indústria brasileira teve um recuo de 0,4% na produção em setembro, após um avanço de 0,8% registrado em agosto. O dado, divulgado pelo IBGE nesta terça-feira, superou levemente a previsão dos analistas, que esperavam uma queda de 0,5%.

Comparando com setembro de 2024, a produção industrial cresceu 2%. No acumulado de 2025, o setor teve um progresso de 1%, enquanto nos últimos 12 meses o aumento foi de 1,5%.

O desempenho de agosto confirmou a previsão de uma desaceleração que vinha sendo observada. Mesmo com o crescimento naquele mês, os meses anteriores já apontavam para uma redução do ritmo, influenciada pelo ambiente macroeconômico desafiador e pela taxa Selic em níveis elevados.

O setor ficou praticamente estagnado por quatro meses consecutivos, de abril a julho. Em abril e maio, a produção caiu 0,6% e 0,5%, respectivamente, enquanto junho apresentou estabilidade com 0,1%, e julho teve uma leve retração de 0,2%. Conforme destacou o gerente da pesquisa, André Macedo, nesse intervalo, a indústria sofreu uma retração acumulada de 1,3%.

Em setembro, a redução da produção foi puxada principalmente por setores importantes como a indústria farmacêutica (medicamentos), o setor extrativo (óleos brutos de petróleo) e a indústria automobilística (automóveis e autopeças), que somam cerca de 23% do total industrial, conforme explicou André Macedo.

Das 25 categorias industriais acompanhadas pela pesquisa, 12 registraram queda. O maior impacto negativo veio dos produtos farmoquímicos e farmacêuticos, que tiveram uma diminuição de 9,7% na produção.