Os preços monitorados pelo IPCA subiram 0,28% em novembro, segundo divulgou o IBGE nesta sexta feira. Com o resultado a inflação acumulada no ano (2,50%) é a menor desde 1998, neste tipo de comparação. Em outubro, o índice havia subido 0,42%.
O maior impacto para o baixo avanço nos preços foi o grupo alimentação e bebidas, que registraram a sétima queda mensal consecutiva (-0,38%). O IPCA é calculado simulando a cesta de compras média das famílias brasileiras, e este grupo é o que tem maior participação (24,7% do total). Com isso, a queda nos preços de alimentos tem grande impacto para “segurar” o índice geral.
Na outra ponta,o maior avanço foi no grupo habitação (1,27%), que foi a maior alta. O grupo também havia registrado o maior avanço no mês anterior (1,33%). Dentre as principais influências em novembro estão o aumento dos preços de energia elétrica (alta de 4,21%) – por conta da vigência maior bandeira tarifária (vermelha 2), que indica sobretaxa no nível mais alto – e o gás de botijão (1,57%).
O preço do botijão ao consumidor final foi impactado pela alta do preço que a Petrobras cobra nas refinarias das distribuidoras, de 4,50%, segundo o IBGE. Desde junho, esses reajustes somam 68%. Na quinta-feira, a petrolífera anunciou que mudaria o cálculo para a mudança de preços, com objetivo de suavizar o impacto.
Houve também aumento nas taxas de água e esgoto (1,32%), impulsionadas pelo reajuste de tarifas em São Paulo.
O grupo Transportes foi o segundo que mais subiu no mês (0,52%), com a gasolina tendo alta de 2,92% e o etanol, 4,14%. Os grupos Habitação e Transporte respondem por 15,7% e 18,1% do IPCA, respectivamente.
Inflação
O centro da meta de inflação definida pelo governo para o ano é de 4,5%. Mas há uma margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual, o que faz com que os limites vão de 3% a 6%. O mercado financeiro estima que o IPCA encerrará o ano em 3,03%, ligeiramente acima do piso mínimo. O ritmo fraco de avanço de preços no ano tem levado o Banco Central a reduzir os juros. Na última quarta, a taxa Selic caiu 0,50 p.p., a 7%, o menor patamar da história.
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