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Inquérito contra banda Garotos Podres encerra por falta de evidências
A Justiça da Paraíba decidiu encerrar o inquérito contra a banda paulista de punk rock Garotos Podres por ausência de evidências.
O grupo, originário de Mauá, na Região Metropolitana de São Paulo, foi investigado após uma denúncia feita na Delegacia de Repressão a Crimes Homofóbicos, Étnico-Raciais e de Intolerância Religiosa, relacionada a um show realizado em João Pessoa no mês de fevereiro deste ano, que envolvia músicas criadas na década de 1980.
De acordo com a acusação, algumas músicas da banda, como “Papai Noel, Velho Batuta”, “Fernandinho Viadinho”, “Führer” e “Voltem pro Nordeste”, foram consideradas polêmicas.
Contudo, o procedimento esclareceu que o denunciante não assistiu ao show, formando sua opinião com base em conteúdos disponíveis na internet. A íntegra do espetáculo foi analisada e os integrantes do grupo foram ouvidos. Nenhuma das canções mencionadas foi executada na apresentação em João Pessoa.
Testemunhas e membros da banda confirmaram unanimemente que as músicas controversas não fizeram parte do repertório naquela data. Especificamente, “Fernandinho Viadinho” foi retirada há muitos anos e “Führer” não é apresentada há mais de três décadas.
Em vídeo divulgado recentemente, o vocalista Mao relatou que o baterista Negralha teve que explicar à delegada que investigava o caso, por videoconferência, que a música “Papai Noel, Velho Batuta” é uma crítica e não uma incitação à violência, incluindo que “Papai Noel não existe”.
A banda também informou que a denúncia partiu de um membro da extrema direita que alegava que a letra incitava violência contra uma figura tradicional da cultura cristã, buscando impedir apresentações do grupo. Os integrantes foram submetidos a interrogatórios, situação que qualificam como censura.
O Garotos Podres recebeu apoio de organizações como o Partido dos Trabalhadores (PT) de São Bernardo do Campo, que manifestou solidariedade e classificou o episódio como um exemplo das atuais práticas autoritárias no país, disfarçadas de perseguição moral, religiosa e política.
A banda repudiou todas as tentativas de restringir a arte, a cultura e a liberdade de expressão, princípios essenciais para uma sociedade democrática genuína.


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