Percebendo que o noivo fazia sucesso vendendo hambúrguer de picanha em um foodtruck, a cabeleireira Tânia Luiza, de Brasília, decidiu montar um salão de beleza sobre quatro rodas. Ela e o companheiro investiram R$ 50 mil em uma kombi – remodelada para abrigar itens como cadeiras, espelhos, lavatórios, revistas e frigobar. Os serviços são os mesmos oferecidos na loja física, diz a empresária.
Lançado há uma semana, o serviço demorou seis meses para ser montado. Segundo a empresária, é o primeiro do tipo no Distrito Federal. Foram investidos R$ 15 mil na compra da kombi e R$ 35 mil na reforma do veículo. Tânia espera recuperar o dinheiro aplicado em menos de um ano. “O modelo ‘truck’ é um mercado muito promissor. A minha segurança é que mesmo parado, não me dá prejuízo.”
A expectativa é de que o “Beleza Móvel” atenda em média dois eventos por semana. “Já fechamos pacote para trabalhar em um casamento por R$ 1,5 mil. Vamos ficar lá na festa durante cinco horas dando retoque no cabelo ou na maquiagem dos convidados”, conta. “Vale mais a pena quando fecha pacote para mais de cinco pessoas.”
Para a comerciante Neide Oliveira, cliente de Tânia há nove anos, a novidade traz “conforto, comodidade e praticidade”. “Faz toda a diferença porque economiza o tempo da cliente. Você pode ser atendida no próprio ambiente onde vai acontecer a festa, então tem como fazer os últimos preparativos e se arrumar ao mesmo tempo.”
Ela diz ter indicado o serviço móvel a uma amiga que vai se casar nas próximas semanas. “Eu achei a kombi uma gracinha. Além de ser bonita, é um espaço que remete a um salão normal. Tem lugar para sentar, para esperar confortavelmente.”
Kombi tunada
A escolha desse tipo de veículo veio por se tratar de um automóvel mais barato. A partir de então, foi preciso fazer adaptações na estrutura. “Eu disse ao meu noivo, que é engenheiro, que eu precisaria lavar, secar cabelo, e ele foi adaptando os equipamentos. Então elevamos o teto para caber duas pessoas em pé e agora tem até ar-condicionado, TV e wi-fi”, afirmou Tânia. “Com essa onda de foodtruck eu só pensei: ‘Por que não um salão?’”
Dependendo do sucesso do produto, a investidora pensa em contratar mais funcionários para cuidar exclusivamente do “beautytruck”. Hoje, a sede conta com nove funcionários e os preços vão de R$ 40 pela manicure a até R$ 500 para fazer mechas no cabelo.
História de família
Nascida em Porangatu (GO), Tânia passou a trabalhar no setor aos 14 anos, no salão de beleza da mãe. “Comecei como assistente e fui crescendo”, diz. Ela é formada em farmácia e trabalhou em uma grande rede de laboratórios do DF.
“A empresa sempre incentiva que os funcionários invistam em negócios próprios. Então decidi abrir um salão perto do trabalho, na Asa Norte. Conciliei durante 11 anos, mas chegou uma hora que tive que pesar porque era muito cliente e estava deixando a desejar nos dois empregos”, explica. Há dois anos, ela passou a se dedicar apenas à carreira estética.
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