Economia
Investidores retiram R$ 16,4 bilhões de fundos em novembro, diz Anbima
Os fundos de investimento tiveram uma saída líquida de R$ 16,4 bilhões em novembro, conforme dados divulgados pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima) nesta sexta-feira, dia 5.
Esse valor inverte o cenário de outubro, quando os fundos registraram entradas líquidas de R$ 13,4 bilhões. No acumulado de 2023, contudo, os fundos apresentam uma captação líquida total de R$ 145,5 bilhões, somando um patrimônio líquido de R$ 10,6 trilhões.
Segundo a associação, os fundos de previdência foram os que mais registraram saídas em novembro, com um total de R$ 9,3 bilhões retirados.
Além disso, os fundos de renda fixa tiveram resgates líquidos de R$ 7,7 bilhões, um contraste significativo se comparado às entradas positivas nos meses anteriores, que somaram R$ 53 bilhões em setembro e R$ 12,2 bilhões em outubro.
Os fundos de ações apresentaram saídas líquidas de R$ 1,2 bilhão, enquanto os multimercados registraram resgates de R$ 884,7 milhões.
Dentro dos fundos de ações, os fundos livres (sem seguir uma estratégia específica) lideraram as retiradas, com R$ 2,3 bilhões em saídas. Já entre os multimercados, os fundos macro, que investem em diversas classes de ativos baseados em análises macroeconômicas, foram os que tiveram maiores perdas, com resgates líquidos de R$ 1,6 bilhão.
Pedro Rudge, diretor da Anbima, comentou: “Embora a taxa Selic permaneça em patamares elevados, o Ibovespa subiu aproximadamente 6% em novembro, acumulando ganho superior a 30% no ano, destacando a importância da diversificação para os investidores. Em virtude desse cenário e da expectativa de redução dos juros no próximo ano, os resgates em fundos de ações e multimercados têm sido mais moderados.”
Os ETFs se destacaram positivamente, liderando as entradas líquidas em novembro, com captações de R$ 5,1 bilhões, distribuídas entre R$ 2 bilhões em ETFs de renda fixa e R$ 3 bilhões em ETFs de renda variável. Também tiveram saldo positivo os fundos de investimento em participações (FIPs), que somaram R$ 1 bilhão em captação líquida.
Em contrapartida, os fundos de investimento em direitos creditórios (FIDCs) apresentaram resgates líquidos totais de R$ 3,6 bilhões. Vale ressaltar que essa retirada foi impactada por um único fundo, que registrou saída de R$ 5,5 bilhões; excluindo este fundo, a captação líquida dos FIDCs teria sido positiva em R$ 1,4 bilhão.
Rentabilidade dos fundos
Entre os fundos de ações, as carteiras do tipo FMP-FGTS, que permitem investimentos usando saldo do FGTS em ações de empresas estatais em processo de privatização, tiveram o melhor desempenho em novembro, com retorno de 8,95%. Também tiveram bom desempenho os fundos setoriais de ações, com rentabilidade de 7,30%, e os fundos indexados, que replicam índices do mercado de renda variável, apresentando ganho de 6,39%.
Nos fundos multimercados, os fundos long and short direcional, que operam posições compradas e vendidas em ativos e derivativos ligados à renda variável, foram destaque, com rendimento de 2,48% no mês. Também obtiveram bons resultados os fundos capital protegido, que garantem a preservação total ou parcial do capital investido, e os fundos dinâmicos, com alocação flexível, que tiveram rentabilidades de 1,65% e 1,24%, respectivamente.
No segmento de renda fixa, os fundos de duração alta soberano, que investem exclusivamente em títulos públicos federais brasileiros, mostraram o melhor desempenho da categoria, registrando retorno de 1,28%.


Você precisa estar logado para postar um comentário Login