Investigação na Itália revela exploração de trabalhadores chineses por marcas de luxo

Outras 13 marcas importantes de luxo, como Gucci, Versace e Yves Saint Laurent, foram incluídas na lista de empresas suspeitas de usar terceirizados que exploram trabalhadores chineses na Itália, conforme documento divulgado pela Justiça italiana.

Em um pedido de informações obtido pela AFP, um promotor em Milão encontrou bolsas, carteiras e peças de roupas dessas marcas durante investigações em locais que empregavam trabalhadores chineses sob condições severas de exploração.

O processo envolve marcas do grupo francês Kering (Gucci, Yves Saint Laurent e Alexander McQueen) e a Givenchy (grupo LVMH), além das italianas Prada, sua recente aquisição Versace, Ferragamo, Pinko, Dolce & Gabbana, Missoni, Off-White, o fabricante de artigos de couro Coccinelle e até a marca esportiva Adidas.

O promotor solicitou que as empresas, que mantêm o direito à presunção de inocência, forneçam rapidamente documentos sobre suas cadeias de fornecimento, incluindo auditorias internas.

Outros nomes já investigados pela Justiça italiana em casos semelhantes são Dior (segunda marca da LVMH), fabricantes de artigos de couro como Tod’s e Alviero Martini, além de uma filial da Armani e a especialista em cashmere Loro Piana (grupo LVMH).

As investigações da Promotoria de Milão revelaram graves falhas na supervisão das cadeias de fornecimento, com trabalhadores recebendo salários extremamente baixos e alguns até dormindo no local para produzir peças vendidas por milhares de euros.

De acordo com a legislação italiana, as empresas podem ser responsabilizadas pelas infrações cometidas por fornecedores autorizados.

Defensores dos direitos dos trabalhadores na indústria da moda denunciam abusos há muitos anos.

O governo italiano saiu em defesa das suas marcas. O ministro da Indústria e do “Made in Italy”, Adolfo Urso, afirmou que a reputação dessas marcas está sendo injustamente atacada.