IPCA 2026: projeção mediana cai para 4,45%, abaixo do limite da meta após meses

A projeção mediana do relatório Focus para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2026 diminuiu de 4,50% para 4,45%, alcançando um valor inferior ao teto da meta pela primeira vez desde março. Antes disso, a estimativa tinha permanecido estável em 4,50% por nove semanas consecutivas, próxima ao limite superior da meta.

Essa redução na previsão já era esperada por dois grupos de economistas do mercado que se reuniram com diretores do Banco Central na última sexta-feira, 18, conforme noticiado pela Broadcast. A diminuição está relacionada à expectativa de desaceleração econômica e aos efeitos desinflacionários das tarifas americanas.

Considerando apenas as 107 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, que refletem melhor as novidades recentes, a mediana para a inflação em 2026 recuou de 4,49% para 4,45%. A última sexta-feira foi um prazo importante para a atualização das projeções no boletim, o que justifica a maior movimentação nesse período.

O relatório Focus também apontou uma revisão para baixo nas estimativas do mercado para a inflação de 2025. A mediana para este ano passou de 5,18% para 5,17%, e considerando somente as 108 projeções recentes, caiu ainda mais, de 5,17% para 5,07%.

O Banco Central mantém a expectativa de que o IPCA seja de 4,9% em 2025 e de 3,6% em 2026, conforme a projeção divulgada no último ciclo de comunicação do Comitê de Política Monetária (Copom), cujo foco está no final do próximo ano.

Na última reunião, o Comitê elevou a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, passando de 14,75% para 15,0%, e indicou a intenção de pausar o ciclo de alta dos juros para avaliar os efeitos do ajuste já realizado.

Para a inflação de 2027, a mediana do Focus permaneceu em 4,0% pela 22ª semana seguida. Já a projeção para o IPCA de 2028 registrou uma leve queda, de 3,81% para 3,80%, após ter sido de 3,83% há um mês.