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Irã aumenta valor da gasolina pela primeira vez desde os protestos de 2019
O Irã adotou neste sábado, dia 13, um novo sistema de preços para a gasolina subsidiada, numa tentativa inicial de conter o crescimento dos custos desde o último reajuste ocorrido em 2019. Essa medida surge em um momento de forte pressão econômica no país, impulsionada pela rápida desvalorização do rial e pelas sanções internacionais relacionadas ao programa nuclear de Teerã.
O sistema atualizado adiciona um terceiro nível à tabela de subsídios. Os motoristas continuam com direito a 60 litros mensais a 15.000 rials (aproximadamente US$ 0,0125) e os próximos 100 litros a 30.000 rials por litro. A novidade é que o consumo além desses limites passará a custar 50.000 rials (em torno de US$ 0,04) por litro. Mesmo com esse ajuste, o preço da gasolina no Irã permanece entre os mais baixos do mundo.
A Agência Internacional de Energia (AIE) classificou o Irã como o segundo maior fornecedor de subsídios energéticos globais em 2022, atrás somente da Rússia, com um gasto estimado de US$ 52 bilhões em subsídios ao petróleo naquele ano.
Mohsen Paknejad, Ministro do Petróleo, declarou que essa alteração representa o “início de um processo para corrigir os padrões de consumo de combustível”.
A decisão é delicada no campo político. Em 2019, um aumento nos preços provocou protestos em todo o país que resultaram em centenas de mortes. Dessa vez, o governo adotou uma postura cuidadosa para evitar conflitos, especialmente após o recente confronto de 12 dias com Israel.
Especialistas alertam que cada incremento de 10.000 rials no preço da gasolina pode aumentar a inflação, que já está em torno de 40% ao ano, em até cinco pontos percentuais.

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