Centro-Oeste
Irmãos do Pó são líderes em agiotagem e tráfico no CDC

Gilmar Ribeiro Lopes e Gilberto Ribeiro Cardoso, conhecidos como “Irmãos do Pó”, foram detidos na Operação Fratelli Bianchi na última quinta-feira (25/9) pela equipe da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco/Decor). Ambos já haviam sido presos em 2022 por movimentarem milhões no tráfico de cocaína e estavam respondendo em liberdade. As investigações revelam que eles comandavam um esquema envolvendo agiotagem, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas.
O chefe da Draco, delegado Paulo Pereira, explicou em coletiva que a casa em Águas Claras, onde foi encontrada uma caminhonete com drogas, era de um dos irmãos, que também tinha outra residência vinculada a Ceilândia, onde foi preso. Frequentemente, os irmãos alternavam o uso de veículos entre as duas residências.
As apurações indicam que o irmão mais novo detinha maior capacidade operacional, sendo responsável pela gestão financeira, lavagem de capitais e pelo financiamento das atividades criminosas, além de usufruir dos bens e emitir ordens.
Na cobrança de valores emprestados às vítimas, o irmão mais novo teria participado de uma ação violenta, considerada pelo delegado como um ato mafioso, incluindo ameaças e uso de arma de fogo para render a vítima.
Um dos irmãos possui condenação somada de mais de 46 anos de prisão por homicídio, tráfico, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Um dos assassinatos atribuídos à facção foi contra um integrante do próprio CDC, mas o ato foi tolerado internamente, demonstrando a força do líder no grupo.
Além dos irmãos, Gabriel Brito da Silva, conhecido como “Tolete”, e sua companheira foram presos. Conhecido no mundo do crime, Gabriel é destacado dentro da facção Comboio do Cão (CDC), atuando tanto nas ruas quanto no sistema prisional.
Todos os envolvidos cumprem prisão temporária de 30 dias por associação criminosa com prática de crime armado, podendo responder ainda por extorsão qualificada, agiotagem, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas, com penas que podem chegar a 30 anos de prisão e multa.
O tráfico inicialmente não integrava a investigação, mas foi comprovado na operação com a apreensão de grande quantidade de drogas, fato que será comunicado à Justiça para possível decretação de prisão preventiva.
Foram cumpridos mandados de prisão temporária, busca, apreensão e sequestro patrimonial em Águas Claras, Ceilândia, Samambaia e Alexânia (GO). A ação resultou no bloqueio de contas bancárias e sequestro de bens, incluindo imóveis, veículos, oito carros e quatro motos aquáticas usadas pelos investigados.
O dinheiro ilegal era lavado por meio de empresas de fachada e pessoas interpostas, visando financiar o braço armado da facção. As investigações identificaram duas distribuidoras, registradas em nome da companheira de Tolete, usadas nesse esquema.
A Polícia Civil explicou que esse núcleo era dedicado especialmente à prática da agiotagem, uma fonte de arrecadação ilícita para o Comboio do Cão.
A operação mobilizou 90 policiais civis do Distrito Federal, incluindo equipes da Draco e da Divisão de Operações Especiais (DOE), além de agentes da Polícia Civil de Goiás, regional de Águas Lindas.

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