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Israel acusa de genocídio em Gaza, diz associação internacional

A Associação Internacional de Estudiosos do Genocídio (IAGS) declarou que Israel está cometendo genocídio na Faixa de Gaza. Esta resolução foi aprovada por uma maioria expressiva de mais de dois terços dos cerca de 500 membros da principal instituição global dedicada ao estudo do genocídio.
De acordo com o documento de três páginas aprovado no domingo (31), o governo de Israel está envolvido em crimes sistemáticos contra a humanidade, incluindo crimes de guerra e genocídio, com ataques indiscriminados contra civis e contra a infraestrutura civil de Gaza, como hospitais e residências.
A IAGS ressalta que estas ações incluem tortura, detenções arbitrárias, violência sexual, e ataques deliberados contra profissionais de saúde, trabalhadores humanitários e jornalistas. Além disso, Israel teria privado a população palestina de alimentos, água, medicamentos e eletricidade essenciais para sua sobrevivência.
Também segundo a associação, quase os 2,3 milhões de palestinos de Gaza foram deslocados à força e mais de 90% da infraestrutura habitacional do território foi destruída por Israel. A destruição inclui escolas, universidades, bibliotecas e museus, elementos cruciais para a manutenção da identidade e bem-estar coletivo palestino.
Israel enfrenta acusações de genocídio na Corte Internacional de Justiça, processo apoiado por países como a África do Sul e Brasil. Organizações internacionais de direitos humanos, como Anistia Internacional e Human Rights Watch, também qualificam as ações em Gaza como genocídio, embora Israel negue veementemente.
A associação chama atenção para o impacto devastador nas crianças de Gaza, informando que mais de 50 mil crianças foram mortas ou feridas, o que configura genocídio devido à destruição parcial do grupo que compromete sua continuidade.
Declaracões recentes de autoridades israelenses foram destacadas, nas quais os palestinos foram caracterizados como inimigos e foram prometidos danos severos a Gaza. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu teria apoiado planos de expulsão forçada dos palestinos da Faixa de Gaza, considerados por autoridades das Nações Unidas como uma limpeza étnica.
A destruição de campos agrícolas e depósitos de alimentos combinada com restrições humanitárias indicam uma intenção de causar fome entre a população de Gaza, que enfrenta hoje uma catástrofe humanitária, segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
Em resposta, o governo de Israel nega as acusações, qualificando a declaração da IAGS como uma vergonha para a pesquisa acadêmica e alegando que ela se baseia em mentiras propagadas pelo Hamas. Israel afirma que suas ações visam unicamente combater o Hamas e recuperar reféns mantidos pelo grupo.
O crime de genocídio está definido na Convenção das Nações Unidas para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio de 1948. Ele inclui atos como matar membros de um grupo, causar danos físicos ou mentais graves, submeter intencionalmente o grupo a condições de vida destinadas a exterminá-lo, impedir nascimentos dentro do grupo, e transferir crianças para outro grupo.

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