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Israel ataca líderes do Hamas em Doha

Israel realizou, nesta terça-feira (9), um ataque aéreo contra lideranças do Hamas em Doha, capital do Catar. A ação ocorreu um dia após um ataque em Jerusalém, atribuída ao grupo palestino, que resultou em seis mortes.
Forças Armadas de Israel declararam que o exército, junto à agência interna de segurança Shin Bet, efetuaram um ataque direcionado contra membros de alta hierarquia do Hamas.
Um oficial militar confirmou a operação em Doha, chamada “Cúpula de Fogo”, explicando que foram realizados bombardeios aéreos. A ofensiva foi descrita por Israel como uma retaliação à investida de segunda-feira em Jerusalém, reivindicada pelo Hamas.
Em comunicado conjunto, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o ministro da Defesa, Israel Katz, afirmaram que, após os ataques em Jerusalém e Gaza, todas as agências de segurança receberam instruções para se prepararem para agir contra os líderes do Hamas. Hoje ao meio-dia, diante de uma oportunidade, decidiram executar essa diretriz.
O gabinete do primeiro-ministro ressaltou que a operação foi realizada de maneira independente, sem envolvimento de outros países, assumindo total responsabilidade.
Um jornalista da AFP presente no Catar confirmou ataques aéreos em um complexo utilizado pelo Hamas. O governo do país qualificou o ataque às residências dos líderes do Hamas em Doha como uma ação covarde.
Segundo um representante anônimo do Hamas em Gaza, o alvo era a delegação que avaliava uma proposta de cessar-fogo feita pelo presidente americano Donald Trump para a Faixa de Gaza.
O príncipe-herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed bin Salman, condenou o ataque, chamando-o de ato criminoso em conversa telefônica com o emir do Catar, xeque Tamin bin Hamad al Thani. O Irã, aliado do Hamas, assim como a Jordânia e os Emirados Árabes Unidos, também repudiaram a ação.
O presidente palestino Mahmud Abbas denunciou o ataque, descrevendo-o como uma violação grave do direito internacional e uma escalada perigosa para a estabilidade regional.
Desde o início do conflito em Gaza, provocado pela ofensiva surpreendente do Hamas em território israelense em 7 de outubro de 2023, Israel tem eliminado diversos líderes do movimento. O exército justificou o ataque afirmando que esses dirigentes coordenaram operações do Hamas e são responsáveis pelo massacre de 7 de outubro, além de conduzirem a guerra contra Israel.
Recentemente, Netanyahu ordenou negociações para a libertação dos reféns, após o Hamas aceitar uma proposta de cessar-fogo mediada por Egito, Catar e Estados Unidos. A iniciativa prevê a liberação gradual de detidos durante uma trégua inicial de 60 dias, em troca da soltura de prisioneiros palestinos em Israel.
Simultaneamente, o premiê autorizou uma ofensiva para controlar a Cidade de Gaza, considerada um reduto importante do Hamas.
Na mesma terça-feira, o braço armado do Hamas assumiu a responsabilidade pelo ataque que atingiu Jerusalém no dia anterior, onde seis israelenses foram mortos. A organização Brigadas Al-Qassam divulgou um comunicado confirmando o atentado próximo à área de Ramot.
Na segunda-feira, o ministro da Defesa Israel Katz exigiu que o Hamas se rendesse, após o presidente Donald Trump emitir um ultimato ao grupo, instando-os a liberar todos os reféns.

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