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Israel chama 60 mil reservistas para tomar a Cidade de Gaza

Israel Katz, ministro da Defesa de Israel, ordenou nesta quarta-feira (20) a convocação de 60 mil reservistas após aprovar o plano para conquistar a Cidade de Gaza, ação que o Hamas classificou como um claro desrespeito aos esforços de mediação para um cessar-fogo na região palestina.
O gabinete de segurança, liderado pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, autorizou no início do mês um plano para dominar militarmente a cidade e os acampamentos de refugiados próximos, assumir o controle da Faixa de Gaza, libertar os reféns e desarmar o movimento islamista Hamas.
Israel Katz confirmou a aprovação do plano de ataque na maior localidade da Faixa de Gaza e a autorização para a mobilização dos reservistas necessários, totalizando cerca de 60 mil soldados, conforme comunicado de seu ministério.
O Hamas, que recentemente aceitou a última proposta de cessar-fogo dos mediadores, considerou o anúncio uma demonstração de desrespeito aos esforços diplomáticos.
Benjamin Netanyahu foi acusado pelo Hamas de ser um obstáculo para qualquer acordo, sem preocupação com a vida dos reféns e sem intenção verdadeira de libertá-los.
Em 22 meses de conflito, o exército israelense já controla cerca de 75% da Faixa de Gaza. A Defesa Civil local informou que 21 pessoas morreram em ataques israelenses nesta quarta-feira.
Na região sul, Israel relatou a morte de vários combatentes do Hamas após repelir um ataque armado, enquanto o Hamas afirmou ter matado soldados israelenses.
Devido às restrições e dificuldades de acesso, não foi possível verificar de forma independente os relatos da Defesa Civil e do exército.
Operação até 2026
Recentemente, Israel intensificou ataques aéreos e terrestres na Cidade de Gaza e áreas vizinhas, focando em bairros como Zeitun e Al Sabra, que enfrentam fortes bombardeios.
A operação será conduzida de forma gradual, precisa e seletiva, visando locais onde o Hamas mantém capacidade militar.
Segundo a rádio militar, a missão poderá se estender até 2026.
A decisão do ministro da Defesa veio dois dias após o Hamas aceitar uma nova proposta de trégua formulada por mediadores do Egito, Catar e Estados Unidos, proposta que Israel ainda não comentou oficialmente.
Essa iniciativa inclui a liberação de dez reféns vivos e a devolução de restos mortais em troca de um cessar-fogo de 60 dias, seguido por negociações para finalizar o conflito.
Um representante israelense declarou que a política do governo permanece inalterada, exigindo a libertação imediata de todos os reféns, conforme os princípios estabelecidos para encerrar o conflito.
Construções na Cisjordânia
Desde o início do conflito, Israel mantém um cerco à Gaza e seus mais de dois milhões de habitantes, vítimas de uma grave crise alimentar segundo a ONU, embora Israel afirme ter ampliado a entrada de ajuda.
O conflito originou-se após o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, que resultou na morte de 1.219 pessoas, na maioria civis, e no sequestro de 251 reféns.
Em Gaza, as ações de retaliação israelenses causaram a morte de mais de 62 mil pessoas, predominantemente civis, segundo o Ministério da Saúde local, dados esses reconhecidos pelas Nações Unidas.
Além disso, a tensão aumentou na Cisjordânia, onde Israel aprovou recentemente a construção de 3.400 novas moradias, uma decisão que críticos afirmam que dificultará a existência de um Estado palestino contínuo.
A Autoridade Palestina declarou que essa medida transformará o território em uma espécie de prisão, enquanto a ONU e a União Europeia pedem que Israel renuncie a esses projetos.

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