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Israel controla 40% da cidade de Gaza

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O Exército de Israel declarou nesta quinta-feira (4) que domina 40% da Cidade de Gaza, o maior centro urbano da região palestina, após um dia marcado por mais de 60 mortes em toda a Faixa, segundo informações da Defesa Civil local.

Quase dois anos depois do conflito iniciado com o ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, as forças israelenses intensificaram recentemente seus bombardeios e operações terrestres na Cidade de Gaza.

Embora nem o Exército nem o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tenham anunciado formalmente o começo da ofensiva para conquistar a cidade, a operação consta em um plano aprovado em agosto.

Segundo o porta-voz da Defesa Civil de Gaza, Mahmoud Bassal, dos 64 palestinos mortos, 30 foram resultado de bombardeios na Cidade de Gaza, considerada pelo Exército como o último grande foco do Hamas na região.

No hospital Al Shifa, corpos cobertos por tecidos brancos estavam no necrotério. Uma mulher acariciava a cabeça do filho falecido, cujo corpo permanecia descoberto sobre a maca. Ela chorava, perguntando: “Com quem você vai me deixar, filho? Por quê? Por quê?”

Em vídeo divulgado nesta quinta, o general de brigada Effie Drefin, porta-voz militar israelense, afirmou que suas tropas controlam “40% da área da Cidade de Gaza”.

“A operação será ampliada e intensificada nos próximos dias. […] A pressão sobre o Hamas continuará até sua derrota”, completou.

Atualmente, o Exército israelense domina cerca de 75% da Faixa de Gaza, um território de 365 km² que está sob cerco desde o início do conflito.

A ONU relatou a existência de fome na região palestina, mas Israel nega tal situação.

Estima-se que cerca de um milhão de pessoas residem na Cidade de Gaza e arredores. Testemunhas relatam que milhares de palestinos deixaram a cidade nas últimas semanas.

Na quarta-feira, um comandante militar de alta patente informou que Israel espera que “um milhão” de pessoas se desloquem para o sul.

No bairro Tel al Hawa, área oeste da Cidade de Gaza que foi alvo de ataque nesta quinta, imagens mostram palestinos recolhendo pertences entre barracas destruídas.

Isra al Basus, morador local, contou que viu a barraca vizinha pegar fogo durante a madrugada. “Estávamos dormindo, eu e meus filhos, quando os bombardeios começaram. Estilhaços caíram por perto e meus quatro filhos começaram a chorar”, relatou.

Mais ao sul, no campo de refugiados de Nuseirat, a Defesa Civil informou que um ataque aéreo israelense matou sete pessoas, incluindo três crianças.

Restrições à imprensa e dificuldades de acesso em Gaza dificultam a verificação independente dos números fornecidos pela Defesa Civil palestina e pelo Exército israelense.

No ataque de 7 de outubro, milicianos islamistas causaram a morte de 1.219 pessoas em Israel, principalmente civis, conforme dados oficiais compilados pela AFP.

Também foram sequestradas 251 pessoas, das quais 47 permanecem em Gaza, incluindo 25 que provavelmente estão mortas, segundo o Exército israelense.

A resposta israelense causou ao menos 64.231 mortes em Gaza, a maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde do Hamas, cujos números são considerados confiáveis pela ONU.

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