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Israel destrói prédio grande na Cidade de Gaza

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O Exército de Israel demoliu neste sábado (6) mais um prédio residencial de grande porte na Cidade de Gaza. A população local foi alertada para se mover rumo a uma área designada como “humanitária”, sinalizando preparo para uma possível incursão terrestre.

Coronel Avichay Adraee, porta-voz em árabe do Exército, pediu nas redes sociais a evacuação imediata da região onde, conforme a ONU, residem cerca de um milhão de pessoas.

Pouco tempo depois, o Exército declarou ter derrubado um edifício alto que testemunhas identificaram como o edifício Susi, localizado no sudoeste da cidade, área alvo da ordem de retirada.

Na sexta-feira, outro prédio similar também foi destruído pelas forças israelenses. O ministro da Defesa, Israel Katz, postou na rede social X um vídeo mostrando um edifício de cerca de quinze andares desabando envolto por uma imensa nuvem de poeira, declarando: “Seguimos”.

O Exército avisou que pretende atacar “infraestruturas terroristas” na Cidade de Gaza, especialmente os grandes blocos residenciais, acusando o Hamas de usá-los para suas operações. O grupo palestino nega, chamando as acusações de “mentiras flagrantes”.

As Forças de Defesa de Israel afirmam controlar 75% da Faixa de Gaza e 40% da Cidade de Gaza, pretendendo assumir o controle total da cidade para derrotar o Hamas e libertar os reféns que mantém.

Essa ofensiva ocorre após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar negociações profundas com o Hamas, cujo ataque inesperado contra Israel em 7 de outubro de 2023 provocou o conflito.

O Exército calcula que 25 dos 47 reféns ainda vivos em Gaza — de um total de 251 sequestrados em 7 de outubro — já morreram.

Em agosto, o Hamas aceitou uma proposta de cessar-fogo mediada pelo Egito, Estados Unidos e Catar, facilitando a libertação gradual dos reféns. Contudo, o governo de Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, exige a liberação total imediata dos reféns, o desarmamento do Hamas e deseja assegurar o controle da segurança na Faixa de Gaza.

“O Exército mente”

Avichay Adraee afirmou que foi estabelecida uma “zona humanitária” em Al Mawasi, sul da Cidade de Gaza, para facilitar a saída dos moradores, garantindo que a área dispõe de infraestrutura essencial, incluindo alimentos, tendas, remédios e equipamentos médicos.

Desde o início do conflito, Israel tem bombardeado repetidamente áreas indicadas como “humanitárias” e “seguras”, alegando a presença de combatentes do Hamas.

Abdelnaser Muchtaha, de 48 anos, um deslocado do bairro de Zeitun, acusa o Exército de mentir, revelando que buscam ajuda e são metralhados. Basam al Astal, de 52 anos, também deslocado para Al Mawasi, relata que a zona não possui segurança nem serviços básicos, como água e saneamento, e destaca o aumento diário de vítimas.

Na sexta-feira, a intensificação dos ataques israelenses na Cidade de Gaza resultou no bombardeio de um prédio no centro da cidade após aviso de evacuação. O edifício desabou como um castelo de cartas.

De acordo com a Defesa Civil da Palestina, 42 pessoas morreram na sexta-feira devido a disparos ou bombardeios israelenses, metade delas na Cidade de Gaza. A AFP não conseguiu verificar independentemente esses números devido a restrições de acesso e comunicação na região.

O ataque de 7 de outubro em Israel matou 1.219 pessoas, principalmente civis, conforme levantamento da AFP baseado em dados oficiais. As ofensivas de retaliação israelenses deixaram ao menos 64.300 mortos na Gaza, a maioria mulheres e crianças, segundo o Ministério da Saúde local sob autoridade do Hamas, dados considerados confiáveis pela ONU.

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