Israel diz que corpo entregue pelo Hamas no cessar-fogo não é de refém

O Exército de Israel declarou nesta quarta-feira, 15, que o quarto cadáver entregue pelo grupo Hamas na terça-feira, 14, não pertence a nenhum dos reféns mantidos em Gaza. Após análises do Instituto Médico-Legal, confirmou-se que "o quarto corpo entregue pelo Hamas a Israel não corresponde a nenhum dos reféns", informou o comando militar.

O Exército de Israel alertou que o Hamas deve intensificar os esforços para devolver os corpos dos reféns falecidos. No acordo de troca firmado entre Israel e Hamas, mediado pelos Estados Unidos, havia o compromisso do grupo terrorista de entregar todos os reféns mantidos na Faixa de Gaza. Na segunda-feira, os últimos 20 reféns vivos do sequestro ocorrido em 7 de outubro de 2023 foram libertados e, nas últimas 48 horas, o Hamas devolveu oito dos 28 corpos previstos.

O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu exigiu que o Hamas cumpra as condições do cessar-fogo propostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre a devolução dos corpos dos reféns. Ele afirmou: "Não cedemos em nada nisso e continuaremos nossos esforços até que o último refém morto seja devolvido".

O plano de cessar-fogo apresentado pelos EUA estabelecia que todos os reféns, vivos e mortos, deveriam ser entregues até o prazo final, que expirou na segunda-feira. Caso isso não acontecesse, o Hamas deveria fornecer informações sobre os reféns mortos e procurar devolver os corpos o quanto antes.

Não é a primeira vez que o Hamas devolve um corpo incorreto a Israel. No início deste ano, durante um cessar-fogo anterior, o grupo entregou os corpos de Shiri Bibas e de seus dois filhos, mas testes posteriores revelaram que um dos corpos era, na verdade, de uma mulher palestina. O corpo de Bibas foi devolvido e identificado corretamente um dia depois.

Hazem Kassem, porta-voz do Hamas, declarou no aplicativo Telegram que o grupo está trabalhando para cumprir a devolução dos corpos conforme o acordo firmado. Ele acusou Israel de violar o cessar-fogo ao realizar disparos na terça-feira na parte leste da Cidade de Gaza e na cidade de Rafah, no sul do território.

Por sua vez, o ministro da defesa israelense, Israel Katz, afirmou que os militares atuam respeitando os limites de implantação previstos no acordo e advertiu que qualquer pessoa que se aproxime dessas linhas será alvo, como ocorreu na terça-feira com vários militantes.