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Israel e Líbano têm primeiro contato civil em décadas

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Representantes civis de Israel e Líbano tiveram seu primeiro contato direto em mais de 40 anos nesta quarta-feira (3), devido ao acordo de cessar-fogo vigente entre o governo israelense e o movimento Hezbollah, segundo uma fonte próxima aos diálogos informou à AFP.

Este encontro acontece em um momento delicado, quando Israel ameaça ampliar suas ações no Líbano, acusando o Hezbollah de estar se rearmando, apesar do cessar-fogo que já dura um ano.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou o envio de um representante para dialogar com líderes políticos e econômicos do Líbano, numa tentativa inicial de criar uma base para relações e cooperação econômica entre os dois países, que têm sido adversários por décadas.

Beirute ainda não reconhece formalmente seu vizinho ao sul, e a relação entre as nações permanece muito sensível.

Na mesma data, a presidência libanesa designou um ex-diplomata para liderar sua delegação nas reuniões, e indicações são de que Israel fará o mesmo.

O comitê que supervisiona o cessar-fogo se reuniu na sede das forças da ONU em Naqoura, no Líbano, na fronteira com Israel, conforme revelou uma fonte próxima aos participantes à AFP. As delegações são formadas por civis e a representante dos EUA para o Oriente Médio, Morgan Ortagus, esteve presente.

Até esse momento, os encontros do comitê contavam apenas com representantes militares dos dois países. O comitê, liderado pelos Estados Unidos, também conta com participação da França e da ONU.

O lado libanês evitava qualquer contato direto com os israelenses até agora, segundo um diplomata que pediu para não ser identificado.

O encontro ocorre logo após reuniões da enviada americana com autoridades israelenses, incluindo o ministro das Relações Exteriores, Gideon Saar, que afirmou na rede social X que o desarmamento do Hezbollah é fundamental para o futuro do Líbano e para a segurança de Israel.

Espera-se que a representante americana visite também o Líbano em breve.

Em novembro, o enviado americano Tom Barrack afirmou que negociações diretas entre os governos poderiam ajudar a diminuir a tensão entre Libano e Israel.

Netanyahu encarregou o diretor interino do Conselho de Segurança Nacional de enviar um representante para se reunir com autoridades governamentais e econômicas libanesas, conforme comunicado oficial, sem dar mais detalhes.

A porta-voz da presidência libanesa, Najat Charafeddine, declarou que o presidente Joseph Aoun nomeou o ex-embaixador Simon Karam para liderar a delegação no mecanismo das reuniões.

Aoun já havia demonstrado disposição para negociar com Israel, quebrando um tabu entre os países em conflito.

Em 1983, após a invasão de Israel no Líbano, houve contatos diretos que resultaram em um acordo para relações entre as nações, mas ele nunca foi ratificado.

Tensão e possíveis conflitos

Nas últimas semanas, a imprensa de Israel tem reportado sobre uma possível nova ofensiva militar contra o Hezbollah no Líbano.

Segundo a rádio e televisão pública israelense, o governo se prepara para uma escalada no conflito, diante do fortalecimento militar do Hezbollah.

Enquanto Washington tenta apaziguar a situação, autoridades israelenses indicam que um aumento nas tensões parece inevitável.

O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, declarou em 26 de novembro que, sem segurança para Israel, não haverá paz no Líbano.

Ele afirmou que nenhuma ameaça aos cidadãos do norte de Israel será tolerada, e que a pressão será mantida ou até intensificada. Como exemplo, citou a eliminação do chefe militar do Hezbollah, Haitham Ali Tabatabai, em 23 de novembro, em Beirute.

O líder do Hezbollah, Naim Qassem, manifestou em 28 de novembro que seu movimento reserva para si o direito de responder no momento que julgar apropriado.

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