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Israel faz novos ataques em Gaza e ameaça trégua com Hamas

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Autoridades de saúde em Gaza informaram que cinco pessoas morreram nesta quinta-feira (20) devido a novos bombardeios realizados por Israel. O Catar alertou que esses ataques colocam em risco a trégua estabelecida desde outubro entre Israel e o Hamas.

Na quarta-feira, Israel reiniciou seus ataques no território palestino, marcando um dos dias mais sangrentos desde que o cessar-fogo foi estabelecido após fortes pressões dos Estados Unidos.

O Hamas chamou essa situação de uma “escalada perigosa” e solicitou aos Estados Unidos, que atuam como mediadores, que exertem uma pressão urgente e firme para que Israel respeite a trégua.

O Catar, também garantidor do acordo, condenou veementemente os ataques violentos, que, segundo sua avaliação, colocam em risco o entendimento sobre a trégua.

Essa nova onda de violência resultou em 32 mortes, conforme registros oficiais confirmados por hospitais locais.

A retomada dos ataques causa medo entre os moradores. Lina Karaz, residente em Gaza, relatou à AFP por telefone: “Minha filha não parou de me perguntar a noite toda: a guerra vai voltar?”

“Estamos apreensivos… Esta noite, o som dos bombardeios e explosões foi aterrorizante. Quando esse pesadelo vai terminar?”, acrescentou.

Para Mohammed Hamdouna, um deslocado de 36 anos vivendo em um campo na região de Khan Yunis, ao sul, “nada mudou realmente” desde 10 de outubro, data do início da trégua.

Os ataques em Gaza têm sido precedidos por ações israelenses no sul do Líbano, onde uma trégua vigente desde o ano passado mantém um cessar-fogo com o movimento islamista Hezbollah, aliado do Hamas.

O exército israelense acusa o Hezbollah de se rearmar, violando o cessar-fogo na fronteira norte, após mais de um ano de hostilidades e dois meses de guerra aberta que culminaram em novembro de 2024.

As autoridades libanesas, por sua vez, denunciam violações israelenses à trégua, devido a ataques contínuos em seu território.

Segundo a Defesa Civil de Gaza, cinco pessoas morreram na madrugada desta quinta em um bombardeio na área leste de Khan Yunis, ainda sob controle israelense.

Uma porta-voz militar israelense confirmou o ataque, afirmando que o objetivo era “desmantelar infraestruturas terroristas” e declarou que “não há nada de incomum nisso”.

O hospital Nasser, localizado nesta cidade, confirmou as mortes, afirmando que os mortos, incluindo uma menina de um ano, pertenciam à mesma família.

Outra pessoa morreu a leste de Khan Yunis em ataque com drones, conforme informado pelos serviços de emergência do Ministério da Saúde de Gaza e pelo hospital Nasser.

Devido às restrições à comunicação em Gaza e dificuldades de acesso, a AFP não conseguiu confirmar de forma independente as informações apresentadas por diferentes fontes.

O exército israelense declarou que os ataques de quarta-feira tinham como alvo “terroristas do Hamas”, em resposta a disparos em direção à área onde suas tropas operam em Khan Yunis.

Embora esses eventos não tenham causado feridos, os militares consideram-nos uma violação do cessar-fogo.

A porta-voz do governo israelense, Shosh Bedrosian, acusou o Hamas de violar repetidamente o acordo de trégua.

Um representante dos Estados Unidos revelou à AFP que o país foi informado com antecedência sobre os ataques.

O conflito teve início em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas atacou o sul de Israel, resultando em 1.221 mortos, conforme contagem da AFP baseada em dados oficiais.

A resposta militar de Israel em Gaza causou mais de 69.500 mortes, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, números considerados confiáveis pela ONU.

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