Israel prepara nova ofensiva em Gaza

Israel aumentou consideravelmente seus esforços militares nesta terça-feira (2) ao convocar milhares de reservistas para planejar uma nova ação na cidade de Gaza, após quase dois anos de conflito com o grupo palestino Hamas.

O Exército de Israel está organizando uma logística ampla “para operações de combate em larga escala e para a mobilização maciça de reservistas”, conforme comunicado oficial.

De acordo com a imprensa local, o primeiro grupo de 40.000 reservistas já começou a se apresentar para suas unidades.

“As tropas estão realizando diversos treinamentos de combate, tanto em áreas urbanas quanto em terrenos abertos, para aprimorar sua preparação para as próximas missões”, informou o Exército, que continua com ataques aéreos na Faixa de Gaza.

Segundo a Defesa Civil local, vinculada ao Hamas desde que o grupo assumiu o controle de Gaza em 2007, 56 pessoas morreram nos bombardeios israelenses nesta terça-feira.

O Exército israelense disse que está coletando informações, mas ressaltou a dificuldade de obter dados precisos sem conhecimento do horário e localização exatos dos eventos relatados.

Devido às restrições para a imprensa em Gaza e à dificuldade de acesso à região, agências internacionais não conseguem confirmar de maneira independente os números e informações divulgados pelos envolvidos.

Imagens gravadas por uma jornalista em Tel el Hawa, bairro no sul da cidade de Gaza, mostram socorristas do Crescente Vermelho resgatando o corpo de uma criança dos escombros.

Sanaa al Dreimli, moradora do bairro, disse: “Acordamos com os bombardeios e encontramos a maioria dos nossos vizinhos mortos ou feridos”.

Apesar da pressão crescente, tanto internacional quanto interna, para o fim do conflito que tem provocado uma grave crise humanitária em Gaza, o governo israelense deu ordem ao Exército para iniciar uma nova investida na cidade, visando eliminar o Hamas e resgatar os reféns mantidos na região cercada.

O Exército declarou em 27 de agosto que a evacuação da cidade de Gaza seria “inevitável” diante da ofensiva.

Segundo a ONU, quase um milhão de pessoas residem na cidade e arredores, onde foi decretado estado de fome.

Ao aprovar os planos militares para a tomada de Gaza no final de agosto, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, autorizou a convocação de cerca de 60.000 reservistas.

O ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023 causou a morte de 1.200 pessoas, em sua maioria civis, conforme dados oficiais. Das 251 pessoas sequestradas, 47 permanecem em cativeiro em Gaza, enquanto 25 foram declaradas mortas pelo Exército israelense.

A ofensiva de Israel já resultou na morte de mais de 63.000 pessoas na Faixa de Gaza, a maioria civis, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, que está sob controle do Hamas.

O órgão, cujas informações são consideradas confiáveis pelas Nações Unidas, não detalha quantos eram combatentes.