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Israel promete ação mais firme na ofensiva em Gaza

O Exército de Israel anunciou nesta terça-feira (9) que intensificará suas operações na Cidade de Gaza, principal área urbana do território palestino, que busca controlar integralmente como parte do conflito com o Hamas. As autoridades israelenses pedem que os moradores deixem a região imediatamente.
Avichay Adraee, porta-voz das Forças Armadas de Israel em árabe, publicou na rede social X um comunicado afirmando: “A todos os habitantes da Cidade de Gaza, as forças estão decididas a derrotar o Hamas e vão agir com maior firmeza na área”.
Ele ainda orientou: “Evacuem imediatamente pelo eixo Al Rashid”. Esse pedido veio após o pronunciamento do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que insistiu que os residentes devem sair da Cidade de Gaza sem demora.
Um fotógrafo da AFP na região observou que aviões militares despejaram panfletos recomendando que a população migre para o sul da Faixa de Gaza. A ONU estima que cerca de um milhão de pessoas vivem nessa localidade e arredores.
Khaled Khuwaiter, de 36 anos, relatou à AFP sua angústia enquanto fugia do bairro de Zeitoun: “Para onde devemos ir? Há bombas e tragédias em todos os lados. Só temos Deus porque o mundo observa nosso sofrimento sem agir”.
A Defesa Civil de Gaza informou que ataques aéreos israelenses mataram 15 pessoas nesta terça, enquanto na segunda-feira 39 perderam a vida, 25 delas na Cidade de Gaza, conforme seus dados.
Devido às restrições à imprensa na Faixa de Gaza, é difícil verificar independentemente os números reportados tanto pela Defesa Civil paliestina quanto pelo Exército de Israel.
Apesar das solicitações de nações ocidentais e agências humanitárias para cessar fogo, Israel continuou sua campanha aérea visando controlar completamente a cidade, declarando ter dominado 40% da área. O objetivo é neutralizar o Hamas e resgatar os reféns ainda mantidos pelos militantes.
Recentemente, os Estados Unidos tentaram mediar um acordo para a paz, mas sem sucesso até o momento.
Benjamin Netanyahu declarou em vídeo: “Nos últimos dois dias derrubamos 50 estruturas inimigas, e essa é só a fase inicial da intensificação das operações terrestres. Digo a todos os moradores: vocês foram avisados, saiam agora!”.
Em um dos ataques recentes, um prédio alto na Cidade de Gaza desabou pouco após ser bombardeado. Israel justificou que a torre era usada pelo Hamas para ações de inteligência e informou previamente os moradores próximos para saírem do local.
Por sua vez, o Hamas acusa Israel de promover um deslocamento forçado da população, qualificando as ações como violações graves das leis internacionais, especialmente diante do cenário de bombardeios, fome e ameaças que os civis enfrentam.
O conflito iniciado pelo ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 resultou na morte de 1.219 pessoas em Israel, principalmente civis, segundo dados oficiais compilados pela AFP.
Naquele mesmo dia, 251 reféns foram sequestrados pelo Hamas, com 47 ainda na posse dos militantes em território palestino; o exército israelense acredita que 25 já foram mortos.
A retaliação israelense causou mais de 64.500 mortes em Gaza, a maior parte mulheres e crianças, conforme informações do Ministério da Saúde local, administrado pelo Hamas, sendo estes dados considerados confiáveis pela ONU.

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