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Israel vê possível acordo de trégua com Hamas apesar de conflitos

O ministro das Relações Exteriores de Israel manifestou nesta quarta-feira (9) sua esperança de que um cessar-fogo e a libertação dos reféns em Gaza possam ser alcançados em breve, mesmo com a ausência de avanços concretos nas negociações com o Hamas.
Gideon Saar, chanceler israelense, declarou que “Israel está empenhado em fechar um acordo para a libertação dos reféns e um cessar-fogo” após mais de 21 meses de conflito na região de Gaza. O pronunciamento ocorre em um momento de pressão crescente sobre o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
“Acredito que isso é possível. Se um cessar-fogo temporário for estabelecido, buscaremos então um cessar-fogo permanente”, afirmou Saar durante uma coletiva de imprensa em Bratislava ao lado de seu homólogo eslovaco.
O otimismo também é compartilhado pelos Estados Unidos, onde o enviado americano para o Oriente Médio, Steve Witkoff, afirmou acreditar na possibilidade de um acordo, apesar do impasse nas negociações indiretas no Catar.
“Esperamos que até o fim da semana possamos firmar um acordo para um cessar-fogo de 60 dias”, disse Witkoff.
No entanto, o primeiro-ministro Netanyahu mantém sua postura firme, reiterando como principal objetivo a “eliminação” do Hamas na Faixa de Gaza.
“Não cederemos nem por um instante, e isso é possível graças à força dos nossos soldados”, completou Netanyahu.
Por outro lado, Izzat al Risheq, alto líder do Hamas, declarou que esse objetivo não é realista. “Gaza não vai se submeter (…) a resistência é quem definirá as condições”, afirmou, mesmo sem integrar a delegação negociadora do grupo palestino.
Segundo uma fonte palestina, a equipe israelense se recusa a permitir a livre circulação de ajuda humanitária dentro de Gaza e a retirar suas tropas das áreas ocupadas desde março. Outra fonte palestina indicou que a delegação israelense prefere ouvir em vez de negociar, refletindo uma política de bloqueio promovida pelo governo Netanyahu.
Até o momento, todas as negociações terminaram sem resultados, com acusações mútuas sobre o fracasso das conversas.
Witkoff detalhou que o acordo em discussão prevê a libertação de dez reféns vivos mantidos por grupos armados palestinos desde o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, além de nove reféns que faleceram.
Dos 251 sequestrados durante o ataque inicial, 49 permanecem em Gaza, sendo que 27 foram declarados mortos pelo exército israelense.
Donald Trump tem pressionado Netanyahu para que um acordo seja firmado e a guerra, encerrada.
Contudo, os principais pontos de divergência permanecem: Netanyahu quer manter controle da segurança em Gaza, enquanto o Hamas exige a retirada israelense, garantias para o cessar-fogo e acesso livre à ajuda humanitária da ONU e organizações internacionais.
Enquanto isso, os confrontos continuam em Gaza, onde a Defesa Civil reportou 22 mortos em ataques israelenses nesta quarta-feira.
“A explosão foi enorme, como um terremoto”, relatou Zuhair Judeh, 40 anos, residente do campo de refugiados Al Shati, onde dez pessoas morreram, incluindo seis crianças, segundo serviços de emergência locais.
Devido às restrições israelenses à presença da imprensa em Gaza, é difícil verificar de forma independente as informações sobre vítimas e relatos dos envolvidos.
Desde o ataque de 7 de outubro de 2023, 1.219 pessoas morreram em Israel, grande parte civis, conforme dados oficiais. Na Faixa de Gaza, ao menos 57.680 palestinos, em sua maioria civis, foram mortos na resposta militar de Israel, segundo estatísticas do Ministério da Saúde do Hamas, dados reconhecidos pela ONU.

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