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Japão anuncia acordo para nomear primeira mulher como primeira-ministra

O partido que governa o Japão fechou nesta segunda-feira (20) um acordo de coalizão com o principal partido de oposição, abrindo caminho para que Sanae Takaichi seja a primeira mulher a liderar o Executivo do país asiático.
Takaichi, do Partido Liberal Democrático (PLD), oficializou o acordo diante da imprensa com Hirofumi Yoshimura, líder do Partido da Inovação do Japão (PIJ), um dia antes de a Câmara Baixa votar para designá-la como a quinta chefe de Governo do país em cinco anos.
A coalizão ainda não possui todos os votos necessários para a nomeação, mas especialistas acreditam que Takaichi será eleita no segundo turno.
Takaichi foi escolhida no início deste mês como líder do PLD, que domina a política japonesa há décadas, após o anúncio de renúncia do primeiro-ministro Shigeru Ishiba em setembro, pressionado pelas derrotas eleitorais do partido.
“Tenho vontade de trabalhar para fortalecer a economia do Japão e torná-lo um país responsável para as futuras gerações”, afirmou Takaichi ao assinar o acordo.
Yoshimura declarou que as partes estão alinhadas na paixão por avançar com o Japão.
Sanae Takaichi, 64 anos, é uma figura conservadora tradicional do PLD. Sua nomeação sofreu dúvidas após o fim da aliança de 26 anos com o partido Komeito, que saiu da coalizão acusando o PLD de não endurecer regras de financiamento eleitoral após um escândalo de corrupção.
O Komeito também criticou a postura anterior de Takaichi em relação à China e suas visitas a um santuário em Tóquio que homenageia mortos de guerra, incluindo criminosos de guerra.
A nova coalizão foi bem recebida na Bolsa de Tóquio, que fechou em alta nesta segunda.
Takaichi apoia uma política monetária mais flexível e maior investimento público.
O Japão tem urgência em nomear sua primeira-ministra devido à visita do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, programada para o fim do mês, antes da reunião do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) na Coreia do Sul.
Washington e Tóquio ainda negociam os termos de um acordo comercial. Trump também quer que o Japão pare de importar energia da Rússia e aumente seus gastos com defesa.

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