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Economia

Jornais estrangeiros reagem à autorização para pesquisa de petróleo no Brasil

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Dois dias após o Ibama liberar a Petrobras para realizar pesquisas na Bacia da Foz do Amazonas, na área conhecida como Margem Equatorial, veículos internacionais continuam a repercutir a decisão. O destaque é o contraste entre a autorização da exploração de combustíveis fósseis e o discurso do Brasil sobre liderança na proteção ambiental e na transição ecológica.

O jornal francês Le Monde foi um dos mais duros nas críticas. Seu título enfatiza: “A menos de um mês da COP30, o Brasil autoriza a exploração petrolífera próxima à Guiana”. A matéria descreve o anúncio como extremamente inoportuno e prejudicial para a imagem do presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva, que desejava se posicionar na COP30 como defensor do meio ambiente.

Na França, a exploração petrolífera está proibida desde 2017, inclusive nos territórios ultramarinos como a Guiana Francesa. Por outro lado, no Suriname, país vizinho que também tem expectativas sobre reservas significativas na região, a empresa francesa Total participa da extração de petróleo.

O jornal britânico Guardian destacou que a autorização para a Petrobras abrir o primeiro poço na Bacia da Foz do Amazonas ofusca as metas ambientais brasileiras, especialmente com a COP30 se aproximando. O veículo observa que Luiz Inácio Lula da Silva enfrentou críticas de ambientalistas que veem seus planos de expansão do petróleo como contraditórios ao seu papel de líder global na luta contra as mudanças climáticas.

Ao informar a liberação, o site da BBC no Reino Unido lembrou que a Agência Internacional de Energia recomenda que nenhum novo projeto petrolífero seja aprovado para alcançar a meta de zero emissões até 2050. Também ressaltou preocupações ambientais sobre possíveis vazamentos que podem prejudicar a biodiversidade da Amazônia, que contém cerca de 10% das espécies conhecidas do planeta.

A licença concedida pelo Ibama autoriza apenas a perfuração do primeiro poço, localizado a 175 km da costa do Amapá, sem produção imediata. O objetivo é avaliar a existência de reservas de óleo na área.

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