Jovem fundador de site de apostas vira bilionário sem herança

Em poucos anos, Shayne Coplan saiu de uma situação financeira difícil, onde precisava vender seus bens apenas para pagar o aluguel em Nova York, para se tornar um dos bilionários mais jovens do planeta. Ele é o criador do Polymarket, uma plataforma de apostas baseada em resultados reais de eventos. Recentemente, a empresa recebeu um investimento de até US$ 2 bilhões da Intercontinental Exchange (ICE), que administra a Bolsa de Valores de Nova York, fazendo o valor de mercado do Polymarket chegar a US$ 8 bilhões.

Aos 27 anos, Coplan entrou para a lista de bilionários da Bloomberg como o mais jovem que construiu sua fortuna sem receber herança. No entanto, seu sucesso não veio sem desafios, incluindo conflitos com órgãos reguladores.

O Polymarket foi criado em 2020, no auge da pandemia, e nasceu no banheiro do apartamento de Coplan no Lower East Side. Ele queria aplicar as ideias de mercados de previsão propostas pelo economista Robin Hanson. A plataforma permite que as pessoas façam apostas sobre eventos variados, como eleições, decisões do Federal Reserve e até quem será a pessoa do ano da revista Time.

Adotando uma postura de “agir rápido e pedir desculpas depois”, o Polymarket logo entrou em atrito com a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities dos Estados Unidos (CFTC). Em 2022, a empresa pagou uma multa de US$ 1,4 milhão e teve que bloquear o acesso de usuários norte-americanos após ser acusada de operar como uma bolsa não registrada.

Apesar disso, a investigação por parte dos reguladores continuou. Em novembro de 2024, poucos dias após as eleições presidenciais, período em que o site movimentou mais de US$ 3 bilhões em apostas, agentes do FBI realizaram uma busca no apartamento de Coplan e recolheram equipamentos eletrônicos. A empresa qualificou essa ação como uma “retaliação política”.

Mesmo diante dos riscos legais, o Polymarket manteve sua posição dominante no mercado de previsão e atraiu o interesse de investidores importantes. Defensores do modelo explicam que o serviço oferece produtos financeiros baseados em eventos reais, não apostas esportivas, o que o coloca numa área cinzenta da regulamentação americana. Isso permite que o site evite impostos e restrições estaduais que incidem sobre casas de apostas tradicionais.